É inegável que o ataque do grupo terrorista Hamas contra o povo de Israel foi, além de bestial, imoral. E não por acaso países com governos sérios consideram seus atos puro terrorismo e já emitiram notas de repúdio. Todo governo de fato comprometido com o estado de direito sabe que não há justificativa para qualquer tipo de barbárie e que atos criminosos em prol de ativismo político é prenúncio de sua derrota. E se moralmente a guerra já está perdida, também estará perdida em campo de batalha.
“Dia da Raiva” e isolamento: sozinho o Hamas não tem força para ter efetividade contra Israel. Os terroristas sabiam disso desde o início. Por isso o ato criminoso foi contra a população civil indefesa. A grande aposta do Hamas foi a escalada do conflito para além das fronteiras de Israel, o que não aconteceu. Em 10 de outubro, três dias depois dos ataques terroristas, o Hamas fez um pronunciamento em suas redes para que todos os muçulmanos do mundo protestassem e agredissem israelenses e judeus, em um verdadeiro “dia de fúria”. Apesar das tensões terem aumentado junto às populações muçulmanas espalhadas no mundo, poucos incidentes foram registrados e os líderes de governo do Oriente Médio não reagiram institucionalmente, além de seus pronunciamentos.
Ao contrário: Israel ampliou os ataques para incluir o Hezbollah no Líbano e atacou o aeroporto na Síria. Ambos sem resposta institucional desses países! A Jordânia impediu que grupos islâmicos radicais atravessassem a fronteira com Israel para “ajudar” o Hamas e o Egito bloqueou a entrada de refugiados de Gaza em seu território, impedindo a possível fuga de militantes do Hamas. O Irã, por sua vez, se manteve em silêncio e negou participação numa tentativa de se distanciar do Hamas e do Hezbollah, grupos com os quais sempre manteve relações. Para acrescentar sal na ferida, líderes muçulmanos vieram a público reafirmar que o Hamas não representa todos os palestinos. Ou seja, ninguém quer segurar essa batata quente, e os crimes do Hamas estão se tornando atos isolados e limitados.
Na contramão: Enquanto isso, na América Latina, não se poderia esperar outra posição dos países governados pela esquerda a não ser uma falsa neutralidade ou mesmo o apoio aberto aos terroristas. Chegam a ser ridículas as declarações de Cuba e Venezuela, que denunciaram violações à soberania da Palestina e classificaram as ações do Hamas como “consequência de 75 anos de política agressiva e expansionista de Israel”.
Na Colômbia, a trapalhada diplomática do presidente Gustavo Petro teve como retaliação a suspensão, por parte de Israel, das exportações de equipamentos de segurança. Foi o resultado de seu comentário totalmente descabido e alheio à História, ao comparar, em seu “X”, as ações de contra-ataque de Israel aos ataques nazistas e ao Holocausto. Na Argentina, o tema entrou em pauta no debate presidencial e todos os candidatos, nem sempre com sinceridade, condenaram os ataques terroristas, assim como o presidente Alberto Fernandez, de olho nos votos de uma das maiores comunidades israelitas do mundo.
No Brasil o tema é exposto como argumento cada vez mais irrefutável de que o governo mantém laços com grupos terroristas. A dificuldade crônica do ocupante do Planalto em chamar grupo terrorista de terrorista, acrescenta a suspeita de que o governo brasileiro não somente faz parte do circuito do narcotráfico internacional, mas que também apoia o terrorismo como arma política. O Brasil voltou à luz do cenário internacional com os piores parceiros.
Dois cenários e uma obviedade: um primeiro cenário, mais favorável e mais provável, é a extinção do Hamas. Desse modo, a ação de Israel se limita a um grupo que foi aniquilado ou perdeu força e credibilidade. Isso garante certa paz e é a melhor opção.
No entanto, num segundo cenário, o Hamas também é extinto, mas ocorrem desdobramentos em escala global, contra Israel e o resto do mundo em paralelo, gerando vácuo de representação da causa palestina na faixa de Gaza, mas ganhando interlocutores que ainda desconhecemos. Seja qual for o cenário, a maior probabilidade é que o Hamas seja aniquilado, independentemente da projeção.
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