Pela primeira vez em dez anos, Anderson Silva abriu como grande azarão nas casas de apostas para um combate no UFC. Segundo o site Fight Odds, quem apostar US$ 100 nele, leva US$ 400 com uma vitória sobre Daniel Cormier neste sábado (9), no UFC 200, em Las Vegas.
Para ganhar US$ 100 apostando no americano, por outro lado, é necessário colocar em jogo US$ 600 de acordo com as cotações iniciais.
Números que demonstram o tamanho da vantagem que o campeão meio-pesado (até 93 kg) tem sobre o ex-campeão dos médios (até 84 kg). O próprio Spider sabe disso.
“Estou aqui para me testar, não preciso provar nada para ninguém”, afirmou o lutador após ser confirmado no evento.
“Não quero que o Cormier ache que estou o menosprezando. Acredito que posso fazer uma boa luta com ele, mesmo há tanto tempo sem treinar e vindo de cirurgia”, emendou.
Mas, como o brasileiro fala, luta é luta. Veja alguns fatores que podem ser cruciais para o resultado.
Onde Anderson pode perder a luta?
Quedas
Defender-se das quedas de Cormier será crucial para o Spider. O adversário é um wrestler de nível olímpico, como ele nunca enfrentou. Se o brasileiro já sofreu horrores na primeira vez que enfrentou Chael Sonnen (mas venceu com uma finalização salvadora), imagine o que pode acontecer desta vez…
Queixo
Chris Weidman mostrou, em 2013, que Anderson Silva pode, sim, ser nocauteado. Teoricamente, por ser de uma categoria mais pesada, Cormier bate mais forte do que Weidman. Então, toda a atenção é pouca. Ainda mais que a guarda baixa utilizada por Anderson abre mais brechas para o rival.
Diferença física
Anderson Silva tem 41 anos de idade. Daniel Cormier tem 37. São quatro anos de diferença, algo que, em condições normais, não seria um problema. Mas o brasileiro não passou por uma preparação para a luta, enquanto o americano fez um camp para encarar ninguém menos que Jon Jones. Outro ponto: Cormier é costumava lutar entre os pesos-pesados e é muito maior que Anderson, um peso-médio natural.
Cirurgia
Apenas sete semanas, atrás Anderson estava em uma sala de cirurgia por causa de uma inflamação na vesícula biliar. O problema o levou a cancelar sua participação no UFC Curitiba, quando lutaria com Uriah Hall. Como seu corpo irá reagir a uma luta em tão pouco tempo, principalmente a golpes na linha de cintura?
Onde Anderson pode ganhar a luta?
Sem pressão
Ao se oferecer para lutar com apenas dois dias de antecedência, o paulista radicado no Paraná tira qualquer tipo de pressão dos ombros. Ele deve entrar relaxado no octógono, e aí se torna muito mais perigoso. Ainda mais em uma luta curta, de apenas três rounds.
Relembrar o passado
Anderson está invicto lutando nos meios-pesados. Foram três vitórias, contra James Irvin (2008), Forrest Griffin (2009) e Stepan Bonnar (2012). O nocaute sobre Griffin, inclusive, entrou para a lista de um dos mais impressionantes da carreira do brasileiro. Eram outros tempos, claro, mas a divisão não é novidade para ele.
Velocidade e envergadura
A esquiva sempre foi uma das armas do Spider. Teoricamente, ele estará bem mais rápido do que seu adversário, fator que pode ser importante. Se conseguir evitar a aproximação do americano e for efetivo em manter a distância (defensivamente e ofensivamente), aí está o caminho para surpreender.
Capacidade de superação
“Já passei por tudo que um lutador poderia passar dentro do UFC”. A frase de Anderson é verdade, e sua capacidade de superar os desafios, mesmo aos 41 anos de idade, é grande. Para quem tem a maior sequência de defesas de cinturão da organização (10), já quebrou a perna lutando e enfrentou um doping recentemente, essa luta de última é mais um desafio.