Há cinco meses, a curitibana Luana Barbosa fechou seu negócio próprio, um pet shop localizado na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), para se dedicar a um sonho: viver da luta. Na próxima semana, ela espera a confirmação de que fez a escolha correta.
Entre 17 e 24 de setembro, em Cuiabá, Luana disputa o Campeonato Brasileiro de Boxe Elite na categoria peso-mosca (até 51 kg). Se vencer o torneio, entrará para a lista de contemplados do Bolsa Atleta, programa do governo federal que fomenta modalidades olímpicas.
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“Vou lutar para tentar ganhar a bolsa atleta [R$ 925 mensais por um ano]. Tenho patrocínios e apoiadores, mas esse valor é fundamental porque ainda não me mantenho só com a luta”, diz a lutadora de 20 anos e 1,55 m de altura.
“Mas com ou sem bolsa, meu objetivo é vencer. Quero o título”, ressalta a fã da irlandesa Katie Taylor, campeã olímpica em Londres-2012.
Para conseguir pagar a viagem de avião a Cuiabá, por exemplo, a pugilista arrecadou cerca de R$ 500 com duas rifas de camisetas. A outra metade da passagem foi bancada pelo ex-campeão meio-pesado (até 93 kg) do UFC Maurício Shogun Rua, que agora é o ‘padrinho’ de sua carreira.
“Quatro semanas antes do campeonato a organização avisou que só iria ter hotel e alimentação para os atletas. E aí tivemos que fazer a rifa. Falei com o Shogun, expliquei a situação e ele decidiu pagar o restante. Ele nem conhece a Luana, mas ficou impressionado com vídeos que mostramos”, conta o técnico Carlos ‘Zezé’ Almeida, responsável pelo boxe das academias Team Shogun, Hit e Curitiba Hard Punchers.
Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Curiosamente, Luana será a única representante paranaense no campeonato nacional, mas seus resultados valerão para a vizinha Santa Catarina, federação onde está inscrita.
Segundo Zezé, a boxeadora foi “ignorada” pela Federação Paranaense de Pugilismo (FPP) por ter pouca experiência e também porque a relação entre as academias curitibanas e a federação sediada em Londrina não é das melhores.
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“Eles [FPP] não me conheciam. Preferimos tentar a vaga na seletiva por Santa Catarina. Fui lá e me dei bem”, comemora Luana, que venceu duas lutas para se classificar. Ao todo, ela tem quatro vitórias em quatro lutas.
Antes de focar no boxe, Luana conheceu as artes marciais em aulas de muay thai, aos 16 anos, mesma idade em que deu à luz a Adrian. O filho, hoje com quatro anos, assistia às aos treinos ainda no bebê conforto.
“Mas sempre fui melhor na mão do que no pé. O boxe foi uma oportunidade”, lembra Luana, que tem como característica a potência nos golpes.
“Ela é extremamente agressiva, muito forte. Normalmente, na categoria dela não têm meninas fortes. A maioria joga na pontuação, pulandinho, bate e corre. A Luana não. Ela cerca e destrói”, elogia Zezé.
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