A recompensa por anos de persistência finalmente chegou para Cris Cyborg.
Aos 32 anos, a curitibana conquistou o cinturão peso-pena (até 66 kg) do UFC, organização que por muito tempo ignorou a lutadora mais dominante do planeta.
A vitória por nocaute técnico no terceiro round sobre a americana Tonya Evinger, na madrugada deste domingo (30), em Anaheim, nos Estados Unidos, foi resultado de muita insistência.
FINALLY! Cris ‘Cyborg’ Santos is now a UFC Champion. She finishes Tonya Evinger via TKO in the 3rd round. #UFC214 pic.twitter.com/jO1hZNt9AL
— Ahmar Khan (@AhmarSKhan) 30 de julho de 2017
Cris, que não perde desde sua estreia profissional no MMA, já foi campeã do Strikeforce e do Invicta. Mesmo assim, foi deixada de lado pelo Ultimate até o ano passado.
E mesmo quando assinou contrato com o campeonato, foi obrigada a fazer as duas primeiras lutas em peso casado de 63,5 kg — o presidente Dana White argumentava que não havia atletas suficientes para criar a categoria da brasileira. O sofrimento da lutadora para bater o limite estipulado foi mostrado em um documentário.
O próprio White admitiu, porém, que errou em vários aspectos do tratamento com Cyborg. Ela chegou a ser alvo de bullying por parte do dirigente, que a chamou pejorativamente de “Wanderlei Silva de saia”.
A fama de nocauteadora de Cyborg também afetou possíveis rivais. A holandesa Germaine de Randemie, primeira campeã peso-pena feminino, se recusou a enfrentá-la e citou o doping de 2011 como motivo.
Na época, a curitibana admitiu uso de uma substância banida para perder peso, foi punida com um ano de suspensão e nunca mais testou positivo na carreira.
→DOIS BRASILEIROS PERDEM EM ANAHEIM
Após Randemie ter o cinturão retirado pelo UFC, a brasileira comemorou a chance de lutar em Anaheim, sua casa nos Estados Unidos, onde mora desde 2009.
E foi lá, no quintal de casa, que a melhor atleta de MMA já vista finalmente foi reconhecida no octógono mais conhecido do mundo.
“Muita coisa aconteceu na minha carreira. Antes eu entrava como uma louca no octógono, agora aprendi a lutar com mais calma. Estou muito feliz por ter conquistado o cinturão. Estou no auge da minha carreira”, vibrou Cyborg.