A curitibana Luciana Andrade, 29 anos, é formada em direito, mas desde o ano passado mudou de função. Ela é uma das três brasileiras selecionadas para ser ring girl do UFC.
As moças que carregam as placas durante os rounds têm como tarefa embelezar o evento, mas Luciana garante que já se acostumou com o assédio da função. “Boa parte das pessoas que nos acompanham tem bastante bom senso na hora de se aproximar e fazer algum elogio, pessoalmente ou nas redes sociais”, contou ao blog.
No mês passado, Luciana participou do lançamento da camisa 3 do Coritiba, seu time do coração. Confira uma entrevista com a garota do octógono. Clique nas fotos acima para abrir.
Você desistiu da carreira jurídica para se dedicar a ser modelo?
Não, o Direito continua sendo uma das minhas paixões. Em princípio, o meu compromisso é com o UFC, mas como também sinto a necessidade de desenvolver trabalhos ligados a produção intelectual, eventualmente ainda realizo parcerias que envolvem a redação e/ou revisão de artigos, peças processuais e recursos, além de escrever para o Papo Octagon Girl, que é o nosso blog no site do UFC Brasil.
É claro que trabalhar na maior organização de artes marciais mistas do mundo abre portas, especialmente para outras funções que envolvem o uso e a consequente comercialização da imagem – algo que já fazia, ainda que esporadicamente – e tenho aproveitado a boa fase para direcionar a minha carreira também nesse sentido.
Qual o lado bom e o ruim do trabalho de ring girl?
Em 6 meses nessa nova empreitada, posso afirmar que não existe lado ruim. Isto por que já na época do Pride virei fã e passei a acompanhar o universo do MMA, então nesse caso o trabalho – mesmo sendo sério – tem cara de diversão. Obviamente, existe exposição boa e ruim, mas não é o que ocorre no UFC, pois a equipe é bastante coerente e nos promove sem vulgarizar a imagem.
A quantidade de cantadas aumentou após o UFC?
O assédio aumentou em virtude da exposição, mas de um modo geral tanto torcedores/fãs quanto lutadores costumam ser bastante respeitosos. Eu, honestamente, não tive qualquer problema nessa interação com o público e os atletas, muito provavelmente pelo modo como me posiciono dentro e fora dos eventos.
Você é coxa-branca. Costuma ir aos jogos, torce mesmo?
A relação com o Coxa é bastante antiga e foi algo que herdei do meu pai, torcedor fiel que acompanha o time desde pequeno e em todos os campeonatos. Possuo boas lembranças de todas as vezes em que ele me levou ao estádio durante a minha infância e adolescência, e sempre que posso compareço com ele aos jogos para apoiar o clube. Recentemente, inclusive, fui convidada para fazer o lançamento da polêmica camisa de número 3 do Coritiba, algo que fiz com prazer. E na companhia do meu pai, claro.
O que você sabia de MMA até entrar no UFC? Quais lutadores admira?
Eu tinha a visão de espectadora, sem muito conhecimento técnico sobre os golpes, mas com muita paixão pelo esporte. Quando comecei a acompanhar esse tipo de modalidade, admirava atletas como Mirko “Cro Cop” Filipovic, Fedor Emelianenko e os irmãos Nogueira, além de Anderson Silva, Maurício “Shogun” Rua e Wanderlei Silva, bastante conhecidos em Curitiba.
Hoje, temos muitos lutadores que possuem não somente uma trajetória de sucesso dentro do UFC, mas que também e principalmente adotam uma postura bastante respeitável e servem de exemplo para muitos jovens dentro e fora do octógono, seja ministrando seminários gratuitos ou participando de eventos beneficentes. Sem citar nomes para não correr o risco de esquecer de alguém, e tendo acesso e contato com a realidade de muitos lutadores, aprendi a admirar e respeitar a todos de uma maneira geral e pela longa caminhada que percorrem até o dia da luta: são meses de muita disciplina, envolvendo treino pesado, alimentação balanceada, muita força de vontade, foco para superar os desafios e fé para vencer. Essa visão dos bastidores me fez admirá-los pelo esforço diário que exercem para dominar a ansiedade e o próprio corpo, o que por si só já faz de cada um deles um deles um vencedor.
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