Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O nome é Emerson Olimpio, mas pode chamar de Bruce Lee.
No Aeroporto Internacional de Curitiba, pelo menos no último dia 22 de abril, o apelido ecoou com força no saguão do desembarque (veja no vídeo abaixo).
A recepção foi barulhenta. Dezenas de familiares e amigos receberam o lutador, natural de Pinhais, que acabara de retornar da Tailândia com a maior conquista de sua carreira: o troféu de campeão mundial profissional de muay thai na categoria até 67 kg.
Aos 33 anos, contrariando as probabilidades, o paranaense superou uma infância difícil e realizou seu sonho.
“Muitas pessoas achavam que era impossível. Vim de família pobre, com pais separados, infância difícil. Tive que trabalhar para ajudar minha mãe. Vendi bala, pipoca, refri, cartão de natal, pirulito. Era ambulante”, conta.
Em 2002, quando começou a praticar artes marciais, um dos poucos que acreditou em Bruce foi Anderson Silva, então ainda desconhecido no mundo da luta.
Somente quatro anos depois, o Spider estreou no UFC, onde dominou a divisão dos médios (até 84 kg) por seis anos, se tornou uma lenda do esporte e mudou de vida.
“Sou muito grato ao Anderson. Naquela época ele andava de carrinho popular. Foi a primeira pessoa a acreditar em mim”, enfatiza o pupilo, cujo apelido também foi criação do mestre famoso.
“Eu dei um chute em um treino que foi parecido com um golpe do Bruce Lee. Daí o Anderson veio, deu um tapa nas minhas costas e saiu gritando: cuidado com o Bruce Lee”, recorda Emerson.
Na Tailândia, depois de vencer por nocaute o duelo que o transformou em campeão mundial, o Bruce Lee de Pinhais sentiu — em escala reduzida — o que é ser uma estrela, assim como seu mestre.
Fotos com o campeão
Ao todo, foram 40 dias na terra do muay thai, lutando também contra a comida excessivamente apimentada para o paladar brasileiro.
E quando chegou a hora de ir embora e reencontrar a esposa e os três filhos, um susto. Emerson se confundiu com as datas e perdeu o voo de volta para o Brasil.
“Cheguei no aeroporto e fiquei sabendo que teria de pagar US$ 500 de multa para remanejar a passagem. Era muito caro para mim. Então pensei, mano, vou fazer uma placa aí pedindo um dólar para tirar uma foto com o campeão. Se cinco pessoas me derem US$ 100 eu pago a passagem”, recorda.
A tentativa rendeu muitas fotos, sim, mas apenas US$ 17. O dinheiro ajudou o brasileiro a se alimentar nas 24 horas que passou no aeroporto aguardando o novo voo.
Felizmente, Bruce conseguiu com o mesmo casal apoiador que já havia comprado a passagem para a Tailândia (Suzy e Edson Colleto), o valor necessário para voltar para casa. E ser recepcionado com gritos que certamente orgulham o mestre Anderson Silva.
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