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De imigrante ilegal a ‘protegido’ de estrela do UFC, brasileiro brilha com KO relâmpago

Regivaldo, ao centro, é abraçado pelo amigo Killys Mota (esq) e o mestre Glover Teixeira. Foto: Divulgação/Bellator. (Foto: )

O mato-grossense Regivaldo Carvalho brilhou na última sexta-feira (16) com um nocaute relâmpago no Bellator 194.

Em 17 segundos — e com apenas três socos certeiros –, ele apagou o americano Tom English. no card preliminar do evento realizado no cassino Moohegan Sun, no estado de Connecticut.

Dois anos atrás, no entanto, Regi, de 24 anos, não podia imaginar que chegaria à sua segunda vitória seguida em um dos principais campeonatos do mundo, ainda mais como o dono do prêmio de melhor nocaute da noite.

Imigrante ilegal nos Estados Unidos, o lutador trabalhava cortando grama 11 horas por dia em Danbury, cidade localizada a duas horas de carro de Nova York. Mas nunca desistiu do sonho de viver da luta.

Acolhido pelo mineiro Glover Teixeira, uma das estrelas brasileiras do UFC, Regivaldo ainda precisava conciliar a longa rotina no serviço braçal com os treinos.

“Chegava 19 horas eu pegava minha bicicleta e ia direto pro treino. Foi assim por três meses, de domingo a domingo direto”, conta.

“O Glover me deu a oportunidade de treinar lá, foi gostando de mim, e sempre me senti em família lá na academia. Mas não tinha como deixar de trabalhar e focar só no MMA”, explica.

Ajuda inesperada

Quando menos esperava, porém, um compatriota decidiu apoiá-lo em seu sonho. Dono de uma empresa de carpintaria na cidade americana, o brasileiro Wendel Bueno conheceu Regivaldo por acaso, quando o lutador arrumava o jardim de sua casa.

E sem nenhum motivo além do altruísmo resolveu contribuir com uma ajuda mensal para que o peso-pena (até 66 kg) se dedicasse totalmente ao MMA.

Regivaldo Carvalho Bellator MMA

Regivaldo nocauteou em 17s

“Ficamos amigos e falei que era lutador. Ele viu meus vídeos na internet e resolveu ajudar a realizar meu sonho. Foi uma oportunidade que levanto as mãos para o céu todo dia para agradecer”, lembra.

Com o auxílio inesperado, Regivaldo diz que consegue se manter e “ainda sobra um dinheiro” todo mês. E agora, ele sabe que tem um motivo a mais para não decepcionar ninguém.

A responsabilidade aumentou. “Por isso treino cada vez mais, me cobro cada vez mais”, diz.

“O Glover é uma referência para mim, me dá uma atenção que nunca imaginei, é meu empresário, cuida da minha dieta, do meu treino. E o objetivo é ir atrás do cinturão para honrar quem acreditou em mim”, completa Carvalho, que hoje tem seu green card de atleta e vive legalmente na América.

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