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Faca na caveira: acostumado com pressão, soldado do BOPE trilha carreira nos ringues

Foto: Divulgação (Foto: )

Soldado da RONE (Rondas Ostensivas de Natureza Especial) há dois anos, o curitibano Rodrigo Carvalho Siqueira já vive uma rotina diária de trabalho naturalmente de muita pressão.

Por que não um pouco mais de adrenalina nas horas vagas?

Atleta de kickboxing, ele chegou à sua terceira vitória em três lutas profissionais nesse sábado (8), no Gladiator Combat Fight, ao derrotar Dyego Ramos por decisão unânime. A comemoração foi com os colegas de profissão, que “invadiram” o centro do ringue armados com fuzis.

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“Pressão sempre tem. De certa forma são parecidas. Nas duas profissões temos de aprender a controlar as emoções. Tanto para respeitar as regras no kickboxing quanto para aplicar as leias nas ruas”, conta Rodrigo, de 23 anos, que compete na categoria até 60 kg.

“O trabalho no patrulhamento me ajudou a ter mais calma, mais concentração na luta”, ressalta o soldado, que também acumula 15 triunfos em 17 combates amadores.

Criada em 1992, a RONE faz parte do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) e atende ocorrências como roubos feitos por quadrilhas, latrocínios, extorsões mediante sequestro e tráfico de drogas. Quase sempre em áreas de alto risco.

Estratégico, o trabalho exige seriedade na expressão dos policiais. Intimidação implícita também dentro do ringue?

“Não posso confirmar… a intenção não é essa [intimidar por ser policial].  Por mais que isso me diferencie, não sou melhor”, diz.

“Já somos vistos como “bravos” pela população no dia a dia. Nossa profissão exige seriedade. Mas se você parar para conversar vai ver que é totalmente diferente. Cada policial tem sua história, só demonstramos a seriedade para garantir o respeito”, lembra Rodrigo, que treina duas horas por dia cinco vezes por semana e sonha em chegar ao Glory — principal torneio de kickboxing do mundo.

Como está no início da carreira, porém, o lutador da Champions Muay Thai precisa vender ingressos para garantir seu pagamento a cada luta. Se não vender, não recebe.

“Ganho 50% do valor dos ingressos que vendo. Dá em média uns R$ 500”, conta. “Quero ganhar espaço, não tenho tanta popularidade. Quem sabe mais para frente eu negocie uma bolsa melhor… A RONE ajuda bastante a me diferenciar e me incentivam muito. Sou lembrado sempre como um atleta soldado”, completa.

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