A luta mais polêmica dos últimos tempos vai mesmo acontecer.
Com o peso-casado de 53 kg batido nesta sexta-feira (9), o primeiro combate de MMA entre uma mulher trans e um homem é oficial para o Mr. Cage 34, em Manaus.
A transgênero Anne Veriato, de 21 anos, enfrenta Raílson Paixão, 18, no evento deste sábado (10), a partir de 20 horas. O duelo principal é entre o ex-UFC Luiz Henrique Frankenstein e Otávio Javali, atleta do LFA.
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O anúncio da luta, no mês passado, chamou a atenção de toda a comunidade do MMA. O assunto virou notícia em diversos países.
Anne, que se recusa a enfrentar mulheres por se considerar mais forte, fará sua estreia nas artes marciais mistas. Ela é competidora faixa-marrom de jiu-jítsu, sempre com bons resultados diante de rivais masculinos.
“Seria covardia lutar contra mulheres. Isso é uma coisa que nunca passou pela minha cabeça”, conta a lutadora, que vai na contramão da americana Fallon Fox, primeira lutadora transgênero a competir no MMA feminino.
O assunto virou polêmica no Brasil, principalmente por causa do caso da jogadora de vôlei transexual Tiffany, que atua contra mulheres na Superliga.
A feminilização de Anne começou aos 11 anos de idade. Aos 14, iniciou um tratamento hormonal, sempre com o apoio da família. Quatro anos depois, com a intensificação do tratamento, ela passou por uma transformação total e adotou uma nova identidade, mesmo sem ainda ter feito a cirurgia de redesignação sexual.
“Quando voltei à academia as pessoas não me reconheciam. Tive que falar que era tal pessoa”, recorda Anne, que não gosta de citar seu antigo nome.
“Essa parte da minha vida já morreu”, diz.
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