“Bem-vindos à nova era do MMA”. Com esse slogan, o polêmico torneio Double Fighting, de combates em dupla, estreia oficialmente neste sábado (25), em Curitiba.
Idealizado em 2011 pelo empresário paranaense Carlos Nacli, a nova categoria saiu do papel no ano passado, com uma luta-teste dentro de uma academia. Agora, pela primeira vez aberto ao público, o campeonato apela ao ineditismo para tentar ganhar destaque no disputado mercado na luta.
“Hoje o maior elemento que tenho para explorar é a curiosidade [do público]. Quero que o negócio faça burburinho”, admite Nacli. “Em todo mercado competitivo é preciso inovar. Percebi que teria pouca chance de sucesso se tivesse um campeonato tradicional. Por isso temos um diferencial para poder crescer”, completa.
O organizador do evento, porém, garante que a luta 2 x 2 está longe de ser uma briga de rua, como alguns críticos apontaram. Há um conjunto de regras, como no MMA tradicional, além de algumas normas específicas. “A cultura do brasileiro é de criticar sem saber o que é, como funciona. Acham que estou botando a luta dois contra dois para se quebrarem, mas não é assim”, diz.
Entre as regras do Double Fighting estão:
*** Pesagem no dia do evento – a categoria é de 82 kg.
*** Na formação 2 x 2 não é permitido golpe de impacto pelas costas, nem golpe surpresa do tronco para cima no oponente indireto
*** Após um lutador ser eliminado, a luta prossegue 1 x 1. A vantagem da dupla restante é a opção de revezar no intervalo entre os rounds.
*** Cotovelada só é permitida na luta em pé.
*** É permitido ajudar o seu parceiro no chão, mas somente com técnicas de luta agarrada.
*** Ganha a luta quem chegar ao final do terceiro round com mais lutadores.
*** Caso o combate termine empatado, um quarto round de três minutos será o desempate.
Aceitação e vendas
Segundo Nacli, não foi difícil convencer as academias a aderirem à nova modalidade. O Double Fighting, que acontecerá em forma de torneio, tem oito times participantes (Thai Brasil, King Shark, Astra Fight Team, Chute Boxe, Immortal, PRVT, Pit Bull/Forja V2 e Ryan Gracie), que irão competir em forma de torneio, com quartas de final, semifinal e a grande decisão.
“Algumas academias tiveram uma rejeição, sim. Mas como estou fazendo algo com regras, bem estruturado, não foi difícil convencer.Pagamos uma bolsa de R$ 2 mil, mais alta que 95% dos torneios Brasil. Pagamos em cash, valorizamos os caras”, enfatiza o empresário, que é formado em Educação Física.
O plano para rentabilizar o Double Fighting é vender as lutas via internet para fãs de lutas de todo o mundo. O retorno de mídia na época da luta-teste foi um termômetro para o projeto. O vídeo de demonstração, no Youtube (veja acima), por exemplo, tem mais de 120 mil visualizações e foi destaque em diversos sites especializados.
“O campeonato será on demand, um pay-per-view. O Game of Thrones do MMA. Você compra o pacote ou cada luta isolada. Vamos criar um canal de vendas pelo site”, explica, crente no sucesso do projeto.
“Em um primeiro momento as pessoas vão querer ver por curiosidade. Depois, a tendência é que a galera que gosta de lute volte. Não é em toda luta que é possível ter três nocautes ou três finalizações”, termina.
Serviço: Double Fighting
Onde: Academia Striker´s House (Av. Mal. Floriano Peixoto, 2780 – Parolin)
Quando: 25 de julho, às 19h. O local abre ao público às 17h.
Ideia globalizada
A ideia de MMA com mais de dois atletas no ringue, no entanto, também já apareceu em outros lugares do mundo. Na Polônia, o Team Fight Championship faz combates 5 x 5. Porém, com regras bem mais brandas, é praticamente uma briga de rua.
E na Rússia existe o Team Cage Fighting, que funciona em duplas e até em trios, e segue as regras do MMA tradicional.