Uma vez, muitos anos atrás, ouvi de um político experiente que todo moralista barulhento tem esqueleto no armário. Faz um furacão apontando o dedo para os outros na esperança de que não vejam o que esconde. Os políticos têm sua forma muito específica de ver o mundo mas, vez por outra, são capazes de ler melhor que os demais as formas peculiares de expressão da porção escura da alma humana.
Na discussão de altíssima temperatura sobre imigrantes ilegais nos Estados Unidos acabam surgindo os vídeos virais de internet, que chamam a atenção por serem interessantes, impactantes, engraçados ou até bizarros. A líder do grupo AZ Patriots foi a causadora de um vídeo que viralizou não pela performance dela, mas pela reação a ela.
A Câmara Municipal de Tucson estava votando uma moção que proibia a polícia de perguntar às pessoas abordadas qual seu status de imigração. Jennifer Harrison, de 42 anos de idade, resolveu começar um protesto sob medida para suas redes sociais, gritando que os imigrantes ilegais devem ser presos e porque desrespeitam as leis dos Estados Unidos. O vídeo ficou conhecido como "cara de camisa verde rindo", em função do homem que tem um ataque de riso ao ver a performance.
Jennifer foi acusada pela polícia de usar a identidade de uma pessoa mais velha para fazer suas reservas em um hotel na Califórnia onde se hospedou para ir a um festival de música. Ela usou a identidade, o endereço e os pontos do programa de recompensa de outra pessoa. Segundo a polícia, a pessoa não autorizou nem sabia de nada e está disposta a prestar queixa.
Segundo os policiais, a ativista não cooperou com as autoridades e deu um escândalo na delegacia. O auto de prisão diz, segundo o jornal local AZ Central, que "Jennifer fez um escândalo na delegacia e na sala de fichamento porque ela acredita que está acima da lei e não quer ser tratada como uma criminosa". A ativista foi liberada da cadeia na última sexta-feira para responder ao processo em liberdade. Em suas redes sociais, a ativista diz que seu advogado a instruiu a não falar nada, mas espera que a verdade venha à tona logo.
Ironia do destino, o crime em que a líder do AZ Patriots foi enquadrada, é o mesmo utilizado para enquadrar imigrantes ilegais que arrumam emprego na região: uso de identidade de outra pessoa. No caso deles, o uso é feito para arrumar emprego. No caso da ativista, foi feito para usar os pontos de recompensa de hotel de uma pessoa idosa.
Os Estados Unidos têm diversos casos de ativistas que gostam de aparecer e, na realidade, não têm nenhuma conexão real com a causa pela qual militam. A mais famosa é a líder de associação de vítimas do World Trade Center que nem morava nos Estados Unidos na época da tragédia.
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