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Facebook admite que seu aplicativo liga a câmera do celular
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A coleta de dados dos usuários das redes sociais tem sido motivo de intensos debates nos Estados Unidos e Europa. Atualmente, países como China, Rússia e Coreia do Norte liberam a coleta de dados de todos seus cidadãos pelo governo.

Nos países democráticos, os cidadãos são donos dos seus dados e têm o direito de decidir o que fazer com eles. Não se pode coletar dados das pessoas sem que elas saibam que isso está sendo feito, os motivos e o que será feito desses dados.

Há algumas semanas, o Facebook se enrolou bastante ao explicar para o Congresso dos Estados Unidos por que vai permitir impulsionamento de propaganda política em sua plataforma mesmo que as informações sejam falsas. A plataforma dizia que estava implementando um novo mecanismo de combate a Fake News.

Agora, a denúncia partiu de um usuário: quando você abre o aplicativo do Facebook no Iphone, ele liga a sua câmera automaticamente.

O post não teve muitos acessos, mas ele começou a fazer o mesmo teste em outros Iphones e a marcar as contas da imprensa norte-americana, principalmente a especializada em tecnologia. Então, o assunto ficou público.

Confrontado, o Facebook admitiu o problema mas pediu tranquilidade. Segundo a empresa, nenhuma foto ou vídeo de usuário foi coletada indevidamente mesmo com todas as câmeras de todos os Iphones disparando automaticamente ao abrir o aplicativo.

Segundo a empresa, trata-se apenas de um bug da última atualização do Facebook para iOS e uma correção será enviada à Apple. Enquanto isso não acontece, uma opção para o usuário é desabilitar o uso da câmera do telefone.

A questão da proteção de dados é uma discussão mundial. Sabemos o que governos são capazes de fazer quando sequestram os dados das pessoas. E indivíduos que são famosos e bilionários, o que fariam? Ainda não sabemos, mas há regras criadas para impedi-los de ter esse poder sobre os demais.

Além da câmera, a ativação do microfone é outro tema que volta à discussão. Muita gente já teve a experiência de falar sobre uma coisa e, quando entra numa rede social ou site com anúncios recebe propaganda daquilo que estava falando.

O Facebook nega veementemente que tenha acesso ao microfone dos usuários. Diz que sua coleta de dados, que utiliza mais de 5 mil parâmetros diferentes, é eficiente a ponto de prever que tipo de propaganda sensibilizaria melhor cada pessoa.

A propaganda não busca convencimento das pessoas, busca mexer com os sentimentos delas. Saber o que as deixa felizes, tristes, apreensivas, com medo e com raiva é uma informação de ouro para vendas.

Além de coletar dados dos usuários, plataformas como Google, Facebook, Instagram e Twitter compram dados nossos vindos de outros sites. O Financial Times revelou um grande esquema de compra de dados dos websites em inglês especializados em saúde.

Embora ainda não seja possível saber exatamente o que foi coletado de quem e se as pessoas são identificáveis, sabe-se que os sites venderam às plataformas os dados de todas as buscas feitas e páginas visitadas.

Na Europa, onde essa denúncia foi feita, há leis que proíbem empresas de sequestrar dados dos indivíduos, por isso investigações estão sendo abertas para entender o motivo do interesse tão grande nos dados de saúde das pessoas, o que será feito com isso e se os direitos de cada cidadão foram respeitados pelas empresas.

Aqui, a Lei Geral de Proteção de Dados entra em vigor só no ano que vem. Aprender mais sobre como funciona a coleta de dados pelas plataformas é urgente para a cidadania. Cada um de nós gosta de pensar que não é manipulável, mas somos apenas humanos.

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