Os golpistas da geração coronavírus já estão na praça – saiba como se defender

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Se tem trabalhador e comerciante que não fecha o mês se não ganhar, vocês avaliem quem trabalha na marginalidade. A mudança da dinâmica nas ruas e nos presídios faz com que criminosos tenham de readequar seus métodos e, no momento, o preferido tem sido aquele que também evita contágio por coronavírus: os golpes online.

Não pense que é "coisa de brasileiro". Criminoso tem no mundo inteiro e, numa época de pandemia, eles procuram formas alternativas de sobrevivência. Isso tem sido tão presente que a UNODC, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, resolveu lançar um alerta mundial sobre a onda de criminalidade relacionada a informações sobre o coronavírus.

A UNODC dá várias dicas simples para que as pessoas, muitas vezes com medo e aflitas atrás de informação, não caiam nas mãos de gente maliciosa que se aproveita até de pandemia. Tenha atenção especial com os idosos que estão ficando em casa.

1. Olho vivo com qualquer e-mail ou mensagem por whatsapp e redes sociais com títulos como "atualizações sobre o vírus" ou "últimas notícias sobre coronavírus" que pedem dados seus como login, senha, número de cartão de banco ou senha do banco para ter acesso.

2. Antes de clicar em qualquer link ou baixar um app, certifique-se da veracidade dele. Não tenha ansiedade para ver a informação, estamos na era da hiperinformação, ela chegará até você mesmo que você não queira.

3. Não baixe apps nem software mostrando "modelos matemáticos de como a epidemia se espalha" se não tiver certeza de quem é a empresa ou pessoa que os fez. É possível colocar nesses software vírus que capturam suas senhas.

4. Não compre nada muito caro que você não tenha certeza da procedência e, principalmente, que tenha relação com a epidemia. Já há criminosos vendendo desde produtos legítimos que não estão disponíveis até aberrações como álcool em gel que imuniza e aplicando golpes de falsos atentimentos domiciliares.

Uma característica brasileiríssima dos golpes é a invasão de aplicativos de mensagens para usar os contatos e tentar pedir dinheiro. De ontem para hoje, já recebi de dois amigos.

Se receber algum pedido de dinheiro por aplicativo de mensagem, mesmo que seja por mensagem de voz, não acredite. Os marginais conseguem redirecionar mensagens e confundir quem as recebe, principalmente idosos. Sempre ligue para a pessoa, inclusive no próprio celular invadido. Ele continuará funcionando.

Para evitar que façam isso com seu número, ative a dupla verificação em todas as suas redes sociais e aplicativos de mensagem. Geralmente essa opção fica em configurações, na área de privacidade ou segurança.

É irritante ter de pensar até nisso numa hora em que a gente quer um pouco de sossego e cuidar das pessoas de quem amamos, mas evitar problemas também é cuidado. Agora é hora de, mesmo à distância, resolver tudo no olho no olho, ouvindo a voz do outro, do jeito antigo de conversar. Para isso temos tanta tecnologia.

Madeleine Lacsko

Madeleine Lacsko é jornalista desde a década de 90. Foi Consultora Internacional do Unicef Angola, diretora de comunicação da Change.org, assessora no Supremo Tribunal Federal e do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp. É ativista na defesa dos direitos da criança e da mulher.

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