| Foto: Cris Castello Branco/Governo do

Recentemente aqui em 'A Protagonista' falamos de políticos que tomaram um verdadeiro chá de sumiço depois da campanha eleitoral de 2018. Um dos citados foi Geraldo Alckmin.

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Ele está desaparecido das notícias e do cenário político praticamente há um ano, desde 5 de outubro do ano passado, quando teve um de seus piores desempenhos em uma eleição.

Depois de governar o estado mais rico do Brasil por quatro mandatos, Alckmin tentou mais uma vez seu sonho maior: ser presidente da República.

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Em 9 de dezembro de 2017, Alckmin lançou sua pré-candidatura ao Planalto. Em 23 de fevereiro de 2018, após a desistência do prefeito manauara Arthur Virgílio Neto, virou candidato único das prévias. A cúpula do partido homologou em 6 de março de 2018 sua candidatura.

A primeira 'pancada' veio de seu vice, Marcio França (PSB), que resolveu partir para uma campanha agressiva ao posto que até então era seu. De longe, nem parecia que já tinham sido parceiros alguma vez na vida. Era o começo do isolamento.

Eleição naufragada
Em agosto do ano passado, Alckmin anunciou que a senadora Ana Amélia Lemos, do PP do Rio Grande do Sul, havia aceitado seu convite para ser a candidata a vice-presidente de sua chapa.

Mas, com uma campanha fraca que não decolou e uma apatia nunca vista, Alckmin terminou a eleição em quarto lugar, com 5.096.349 votos (4,76%), o pior resultado para um candidato do PSDB à presidência da República.

Teve pouco menos que o dobro de votos do estreante João Amoêdo, do Novo, e ficou mais de 8 milhões de votos atrás do terceiro colocado, Ciro Gomes.

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Fato é que Alckmin sentiu-se 'escanteado' pelo furacão Doria, que abraçou o PSDB paulista. O atual governador já foi aconselhado a esquecer mágoas (até mesmo com o ex-governador Goldman, morto há poucos dias), e se reaproximar de Alckmin, dado sua importância na política brasileira.

Período sabático
De lá para cá, vive recluso do cenário político. Mas, encontramos com Geraldo Alckmin em um evento do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, em São Paulo, no fim do mês passado.

Me encontrei com Alckmin nesse evento e fui perguntar como estava a vida do ex-governador. Segundo ele, está vivendo um 'sabático' da política e se dedicando ao ofício primeiro: a medicina.

"Eu estou na fase sabática, de médico. Vim falar de saúde para os trabalhadores. Estresse, ansiedade, depressão e síndrome do pânico. Vim falar sobre como evitar isso e promove saúde mental para a população", resumiu.

Mas também afirmou: "Também darei uns pitacos sobre política". Assim, emendei perguntando sobre uma análise que o ex-governador faz do atual mandatário do Brasil, Jair Bolsonaro.

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Em questão de segundos, o Geraldo político aflorou: "O cenário atual é preocupante, afinal a agenda do governo é equivocada. Precisa lembrar o presidente que o muro de Berlim caiu faz 30 anos. Então essa agenda de combate ao comunismo não tem o menor sentido. Hoje a preocupação do mundo inteiro é geração de emprego e renda. A agenda tem que ser focada nisso: na luta contra a desigualdade", alfinetou, fazendo menção ao discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, dias antes.

Palestrante
De fato, a palestra dada aos operários da construção civil, nem de longe parecia ser da mesma pessoa que liderou o estado mais rico do Brasil.

Agora, Alckmin fala de amar mais, viver melhor e se dedicar ao bem estar. "Abrace, agarre, diga eu te amo! O amor é uma necessidade biológica", proferiu ao público, em meio a aplausos.

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Em certo momento, ensinou um truque de meditação. "Eu sento no ônibus, em casa, ou em qualquer lugar, fecho o olho e repito o mantra: '1, 2, 3'. Ou o 'Pai Nosso'. É isso, você fica dez ou quinze minutinhos e o cérebro descansa tirando os pensamentos recorrentes e tirando a irritação. Eu acho que o Bolsonaro está precisando de tudo isso. Você encostou toma um coice, dá um choque. E acaba errando", alfinetou novamente para a plateia que aplaudiu rindo.

Dicas do ex-governador para viver melhor
Alckmin, em sua palestra, elencou sete pontos essenciais para conseguir viver melhor: aproveitar a energia do sol, consumir ômega 3 (encontrado em verduras e peixes), praticar atividades físicas, manter um bom sono, fazer acupuntura ou massagem, entender que o amor é uma necessidade biológica e buscar conexão espiritual.

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Mas, até ano que vem, quando temos eleições municipais, e até 2022, quando novamente teremos as eleições majoritárias, será que Geraldo Alckmin continuará como médico e palestrante ou realizará seu sonho, nem que seja de ser presidente… do Santos Futebol Clube?