Nesta história, porém, Straczynski apela para a metafísica, na melhor história que já contou (lembrando que foi este senhor que fez a grande asneira com o Homem-Aranha chamada Um dia a mais).
A trama fala do detetive David Grey, que é gravemente ferido por criaturas malignas que estavam matando as pessoas.
No hospital, Grey começa a perceber que está “sumindo” da vista das pessoas. Ele não está morto. Mas não está muito vivo também. Ele está indo para um local chamado Plano Intermediário, que, na trama, é o local para onde vão todas as coisas e pessoas esquecidas. Sabe aquela tampa da sua caneta bic, que ninguém nunca mais viu? Ou aquela meia que você perdeu mas sequer lembrou que existiu? Aquele bilhete que você não deu bola? Todos estão no Plano Intermediário, junto com as pessoas que também sumiram porque ninguém mais lembra que existiram. E David Grey.
Quem explica isso para Grey e para o leitor é Laurel, sua guia na viagem que ele terá que fazer para tentar recuperar sua alma. Ah sim, a viagem é cruzar os Estados Unidos. E a pé, já que nenhum carro que funcionasse estaria no Plano Intermediário.
E é justamente nesta viagem que J. Michael Straczynski traz o melhor de sua prosa. Como parábolas, ele vai mostrando ao leitor e à Grey suas ideias sobre a vida, a morte, o pecado, a redenção, o amor… afinal, Grey perdeu sua alma, e para que serve recuperá-la, afinal?
Ao final, a trama surpreende e conquista de vez o leitor, que é levado a refletir sobre o início, o fim e a jornada.
Os desenhos de Gary Frank são um espetáculo à parte, deixando a leitura fluida e apresentando o realismo dos quadrinhos clássicos em conjunto com a expressividade necessária para uma história tão intimista.
Se você quiser saber um pouco mais sobre a trama, pode assistir o vídeo a seguir, mas aviso: Tem spoilers!
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