O então presidente Jair Bolsonaro em manifestação popular em 7 de setembro de 2021.| Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
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Um script já conhecido mundo afora começa a ficar absolutamente descortinado também no Brasil. Os instrumentos de governos autoritários para neutralizar e dizimar qualquer oposição estão sendo usados agora por aqui. Não é surpresa para quem sempre soube da natureza do programa petista e da prática de seus líderes: Lula demonstra claramente preferir associar-se a líderes de ditaduras comunistas e fundamentalistas, também de partido único, em lugar de frequentar as rodas democráticas.

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A diferença no processo ora em curso no Brasil em relação à história mundial é a instrumentalização do Judiciário para a realização da perseguição política, inclusive antes do retorno de Lula à Presidência. Mais do que isso: o STF auxiliou o então preso por corrupção condenado em todas as instâncias, Luiz Inácio Lula da Silva, a sair da cadeia e, depois, a concorrer e vencer Jair Bolsonaro.

É apenas com o povo na rua que as ditaduras são vencidas. No Brasil não será diferente.

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Agora, o STF segue cumprindo o papel de polícia política do regime, ignorando o devido processo legal, o código de processo penal e a própria Constituição para consolidar o plano cada vez mais claro: prender aquele que já foi considerado inelegível em uma duvidosa decisão do TSE e que segue sendo a figura política de oposição mais popular do país. Para alcançar este desiderato, uma verdadeira trama de buscas e apreensões em casas de cidadãos brasileiros, empresários, jornalistas e até mesmo deputados, senadores e membros das Forças Armadas, tem ocorrido semanalmente.

Percebe-se tudo bem planejado e orquestrado, com o apoio da fábrica de narrativas de parte da grande mídia brasileira. Além disso, parlamentares governistas inundam as redes sociais pedindo pela prisão de Jair Bolsonaro e contando, para isso, com o apoio de seus seguidores. Como já descrevi em artigo anterior, trata-se de uma aliança difícil de quebrar e que dependerá, ao longo dos próximos tempos, de muita resistência dos verdadeiros democratas desta nação. É surreal vivermos isso hoje, mas como comentou comigo um especialista em Venezuela, o mesmo está acontecendo no Brasil – mas muito mais rápido.

A decisão de Jair Bolsonaro de arregimentar apoiadores na Paulista no dia 25 é muito importante: quanto mais clara for para o país e para o mundo a situação em que nos encontramos, melhor. Para o bem da democracia brasileira, torço para que o movimento seja ainda mais amplo do que a defesa individual do ex-presidente: que se faça a defesa das prerrogativas parlamentares de todos os congressistas, das liberdades individuais, rejeite-se a censura e que se denuncie que milhares estão hoje sendo perseguidos no país de forma ilegal e inconstitucional.

Tudo isso precisa estar na ordem do dia das manifestações cívicas no Brasil, inclusive para rompermos a bolha da polarização Lula-Bolsonaro e demonstrarmos claramente que o combate ao autoritarismo e a defesa da liberdade, do Estado de Direito e da democracia independem de posicionamento político ou predileção eleitoral. Como tenho repetido incessantemente: é apenas com o povo na rua que as ditaduras são vencidas. No Brasil não será diferente.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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