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Marcel van Hattem

Marcel van Hattem

Eleições Congresso

A única candidatura de direita a presidente da Câmara dos Deputados

(Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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Vai fazer três meses que defendi, nesta coluna, o lançamento de uma candidatura de direita, da oposição a Lula, à Presidência da Câmara dos Deputados. Encerrei aquele artigo da seguinte forma: “onde fica à direita, hoje na oposição, neste tabuleiro? Entendo que não deveria participar dos acordos costurados e fazer valer, no primeiro turno, a vontade do eleitor que ela representa do lado de fora da Câmara dos Deputados. A pauta liberal, a pauta conservadora, o combate à impunidade, o abuso de autoridade e a defesa da anistia aos perseguidos políticos; a volta do equilíbrio entre os poderes e a proteção das prerrogativas dos parlamentares e do próprio Congresso Nacional”.

Após delinear algumas de nossas prioridades, encerrei o artigo com as seguintes perguntas: “a direita brasileira vai realmente fazer acordo com quem até agora ou fez pouco por estes temas ou até se opôs a eles, ou vai rever o rumo que está traçando para posicionar-se de acordo com o que esperam os milhões de brasileiros que ela representa no Parlamento? O que importa mais: cargos na Câmara, espaços políticos, emendas e acordos de bastidor ou representar o que nossos eleitores esperam de nós?”.

Dado que não havia indicação de candidatura de direita e de oposição a Lula até o final da semana passada, o Partido Novo decidiu que seguiria seu compromisso com a coerência e a defesa das pautas de direita, que tem marcado nossa atuação no Congresso. Lançamos, novamente, candidatura à Presidência da Câmara dos Deputados.

Perguntam com frequência se é uma candidatura apenas para marcar posição. Sem dúvida nenhuma, nossa posição ficará ainda mais evidente com a minha postulação neste sábado

Perguntam com frequência se é uma candidatura apenas para marcar posição. Sem dúvida nenhuma, nossa posição ficará ainda mais evidente com a minha postulação neste sábado. Esta eleição, porém, é muito mais do que um discurso na tribuna. É, na verdade, a oportunidade de assumirmos a condução do Poder Legislativo e finalmente pautar os projetos que estão engavetados há tantos anos, justamente porque não temos este controle hoje. Justamente, aliás, porque deputados de direita acreditaram que elegendo um presidente do Centrão a pauta conservadora avançaria - mas não foi o que aconteceu. Como já disputei eleições anteriores, ouvi de muitos colegas: “me arrependo do voto que dei, pois não foi em você”.

Em resposta às perguntas que fiz na coluna de novembro, sou candidato a Presidente da Câmara dos Deputados. Importa mais representar nossos eleitores - que, por sinal, prefeririam o voto aberto para saber exatamente como votam seus representantes, uma mudança regimental que precisa ser aprovada com urgência - do que acesso a cargos temporários e cujos benefícios em geral são usufruídos individualmente, não pela oposição como um todo. Enquanto uns obtêm cargos que nem sempre servem à oposição como um todo, a esquerda avança, consolidando ainda mais seu domínio sobre as instituições.

Sou também absolutamente contra a utilização dos perseguidos políticos brasileiros como instrumento de barganha política. Se Hugo Motta, que até agora não anuncia com clareza se resolverá este tema, tivesse a empatia necessária com os injustiçados hoje no Brasil, a anistia já teria sido aprovada no ano passado. Não podemos ter memória curta: foram os partidos de Centro e o atual presidente da Câmara, Arthur Lira - padrinho de Motta -, que obstruíram a aprovação do projeto da anistia e jogaram o assunto para depois desta eleição. É a triste realidade: a crueldade imposta pelo PT e pelo Supremo Tribunal Federal a tantos brasileiros cujo “crime” é ser de oposição a Lula, só é possível com a cumplicidade do Centrão de Hugo Motta, de Arthur Lira, de Davi Alcolumbre e de Rodrigo Pacheco.

É contra essa realidade que estamos nos posicionando e buscamos a vitória! Não adianta apostarmos nas mesmas fórmulas cujos resultados já conhecemos. A direita precisa ter uma opção, e agora tem. Por uma Câmara independente, que se reerga e que combata os abusos de autoridade de outros poderosos; que abra processo de impeachment contra Lula e que paute projetos em favor do Brasil; contra a corrupção e a favor da anistia dos perseguidos políticos, só existe uma alternativa. A eleição será no sábado. Depois, não adianta nada se arrepender.

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