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Monsenhor Jonas Abib fundou a Canção Nova, na década de 1970, sendo um dos religiosos que se destacou na ação evangelizadora da Igreja Católica na América Latina
Monsenhor Jonas Abib fundou a Canção Nova na década de 1970, sendo um dos religiosos que se destacaram na ação evangelizadora da Igreja Católica na América Latina.| Foto: Divulgação/Canção Nova

Faleceu no dia 12, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, o monsenhor Jonas Abib, que a essa altura já deve ter sido recebido na glória eterna pela Madre Angélica (a fundadora da EWTN), pelo bem-aventurado Tiago Alberione e por outros apóstolos da comunicação. De fato, monsenhor Jonas tem garantido o seu lugar no panteão daqueles que souberam usar com maestria os meios de comunicação social para a evangelização e para a defesa da Igreja e da sua doutrina. A Canção Nova, que ele fundou, surgiu como comunidade carismática, mas não demorou para começar a difundir seu trabalho pelo rádio e, alguns anos mais tarde, pela televisão. Foi na década de 90 e na primeira década deste século que a rádio e a TV Canção Nova ganharam impulso de vez, chegando ao país inteiro.

E ninguém precisa ser adepto ou mesmo simpatizante da Renovação Carismática (eu mesmo já tive minhas tretas com carismáticos, especialmente por causa do desprezo que muitos deles demonstravam pelo respeito às regras litúrgicas, um problema que hoje já é muito mais raro, felizmente) para reconhecer o bem que monsenhor Jonas e seu trabalho fizeram Brasil afora. As mídias sociais estão repletas de depoimentos de anônimos e famosos, de todo tipo de “tendência” católica; você pode conferir, por exemplo, as palavras do padre Paulo Ricardo, do padre Zezinho, do padre José Eduardo e de dom Odilo Scherer, só para ficar em algumas poucas personalidades católicas. Não são meros elogios protocolares a alguém recentemente falecido; são um atestado poderoso do muito que monsenhor Jonas fez com o muito que lhe foi dado.

O boicote ao cardeal-arcebispo de Colônia

Leio no Crux que o cardeal-arcebispo de Colônia (Alemanha), Rainer Maria Woelki, está sofrendo uma espécie de boicote que inclui até coroinhas lhe virando as costas e pais de crismandos erguendo cartões vermelhos durante uma visita a uma paróquia de Düsseldorf. Isso porque o Ministério Público alemão está investigando se o cardeal mentiu sobre o momento exato em que tomou conhecimento de denúncias de abusos supostamente cometidos por membros do clero da arquidiocese; Woelki nega que tenha escondido algo.

Duas auditorias independentes sobre a resposta da arquidiocese aos casos de abuso ao longo dos anos já foram realizadas; a segunda delas concluiu que houve 75 episódios em que autoridades importantes da arquidiocese (incluindo os dois antecessores de Woelki, os cardeais Joseph Höffner e Joachim Meisner, ambos já falecidos) foram negligentes, mas que Woelki não tinha responsabilidade em nenhum deles. O cardeal, no entanto, admitiu que poderia ter agido de forma mais enérgica e que se comunicou mal em algumas ocasiões. Depois de retornar uma espécie de “período sabático”, em março deste ano, Woelki ofereceu sua renúncia ao papa Francisco, que ainda não deu resposta – detalhe: o cardeal tem apenas 66 anos, faltando nove para a idade em que a renúncia é obrigatória.

Mas não é só isso. Alguns entrevistados pelo Crux também admitem que o cardeal Woelki está na mira dos alemães mais entusiasmados com as pirações do seu “caminho sinodal” – o arcebispo de Colônia foi um dos que votaram contra um texto que pedia mudanças drásticas na moral sexual católica. E aí algumas pecinhas começam a se encaixar melhor.

Eu boto a mão no fogo pelo cardeal Woelki? Nem de longe. Mas é inegável que, quando se quer criar dificuldades para algum bispo mais conservador, que defende a doutrina da Igreja com firmeza, o jeito mais fácil tem sido forjar alguma acusação de abuso sexual ou de negligência diante de abusos cometidos por padres de sua diocese. Foi o que aconteceu com o cardeal australiano George Pell, que chegou a passar mais de um ano na cadeia antes de a Suprema Corte inocentá-lo e reconhecer que sua condenação foi um erro judicial grotesco; expediente semelhante foi tentado contra dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém (PA), e dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo de Frederico Westphalen (RS), que foi absolvido no processo canônico, mas ainda responde a processo na Justiça comum. Enquanto não se lhes faz justiça, esses bispos comem o pão que o diabo amassou, são publicamente vilipendiados, sofrem com os ataques e a desconfiança, e não conseguem mais se dedicar integralmente ao ministério episcopal, pois precisam gastar tempo se defendendo. A crise de abusos é real, mas os inimigos da Igreja estão se aproveitando dela para promover uma perseguição cínica, que usa um manto de virtude para disfarçar seu ódio.

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