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O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, disse que o futuro governo tem a intenção de mudar a embaixada do Brasil em Israel. Foto: Paola de Orte/Agência Brasil
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, disse que o futuro governo tem a intenção de mudar a embaixada do Brasil em Israel. Foto: Paola de Orte/Agência Brasil| Foto:

O governo que chega possui uma visão muito clara de mundo e do posicionamento do Brasil no contexto geopolítico internacional. Isto passa pelo realinhamento da política externa brasileira com os Estados Unidos, que durante muito tempo não recebeu a devida atenção de nossa diplomacia. Esta reaproximação deve ser vista com bons olhos, uma vez que ambos os países dividem valores ocidentais e democráticos que se entrelaçam em seu conceito de nação.

Ao resgatar a relação com os Estados Unidos, o Brasil volta a concentrar suas forças nos parceiros tradicionais. Nas últimas décadas, especialmente em função da guinada ideológica vivenciada por nossa política externa, o Brasil se afastou de aliados históricos, tentando desenhar uma nova visão de mundo que, mesmo conseguindo avançar em alguns pontos, afastou nosso país de suas posições históricas.

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Tudo leva a crer que o novo governo chega tentando resgatar posições tradicionais do Brasil e uma diplomacia pragmática, entretanto, aliada aos valores comuns divididos com nações parceiras do nosso país. A reaproximação com Israel, por exemplo, possui este condão, assim como o alinhamento com países que comungam dos mesmos princípios. Ao mesmo tempo que este é um movimento positivo, tem encontrado resistência no status quo.

A política internacional, entretanto, não é um jogo de soma zero. Ao resgatar valores e parcerias perdidas nos últimos anos, não significa que o Brasil esteja deixando de lado os países que passaram a negociar e fazer parte de nossa política exterior. Pelo contrário, na política é preciso agregar, pois a soma de esforços é sempre necessária para a formação de concertações internacionais. Este realinhamento precisa manter isto sempre em mente.

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Sendo assim, este pragmatismo não pode vir sozinho, sem levar em consideração o compromisso com valores que são caros para nossa sociedade, como democracia e liberdade. Nos anos passados vivemos um alinhamento ideológico que deixou de considerar estes valores na condução de nossa política externa, vetores essenciais da formação de nossa República.

Esta guinada diplomática, portanto, carrega tanto valores, quanto pragmatismo, mas desta vez em equilíbrio. Ao adotar uma visão pragmática e ocidental, o Brasil não se preocupa em exportar democracia ou qualquer um dos seus valores, mas opta por se aliar e desenhar parcerias com aquelas nações que defendem o mesmo arcabouço de princípios.

Isto explica a aproximação com os Estados Unidos e países que comungam das mesmas diretrizes. Um realinhamento natural que começa a se consolidar no mundo, um caminho que, ao abarcar diversas nações, pode moldar o futuro das relações internacionais pelas próximas décadas.

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