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Mario Vitor Rodrigues

Mario Vitor Rodrigues

Biden x Warren (finalmente!)

Fotos: Scott Eisen/Getty Images/AFP e Brendan Smialowski/AFP (Foto: )

Chegou o momento tão esperado: Joe Biden e Elizabeth Warren têm encontro marcado esta noite em mais um debate entre pré-candidatos democratas. Afora um par de semanas no fim de junho, quando a senadora Kamala Harris conseguiu polarizar as atenções com Joe Biden ao contestá-lo durante um debate, há tempos o confronto entre o ex-vice-presidente e Elizabeth Warren é acalentado.

Em parte isso se dá pelo fato de Bernie Sanders — candidato que completa o trio favorito na disputa da nomeação — ter uma imagem mais conhecida. Entretanto recai sobre as diferenças entre Biden e Warren o porquê de tanta expectativa.

Homem, branco, quase octagenário e de perfil moderado, o líder em todas as pesquisas até agora está longe de ser o candidato dos sonhos da ala progressista do Partido. Ironicamente, porém, Biden conta com as joias da coroa, quando se trata das chances de um candidato democrata virar inquilino na Casa Branca: o apoio maciço de negros e latinos. Herança inequívoca dos 8 anos em que foi parceiro de Barack Obama.

Já Elizabeth Warren nada em uma raia bem diferente. Para além do fato de ser mulher, é 7 anos mais nova que Biden (completou 70 em junho), professora de Direito em Harvard e declaradamente progressista.

Acontece que seu índice de aprovação junto às camadas mais pobres e estigmatizadas da sociedade americana é baixo. E Warren enfrenta não só esse desafio, mas também um latente sexismo nas discussões políticas.

Não entro aqui no mérito do preconceito. Jamais saberemos se Hillary Clinton teria sido uma boa presidente, mas é claro que uma mulher reúne tantas condições de assumir a presidência e fazer um bom trabalho quanto um homem. Trata-se de uma constatação: há uma  velada desconfiança em relação à capacidade que Warren teria de vencer Trump e comandar o país. E isso, em grande parte, pelo fato de ser do sexo feminino.

Posto esse cenário, tem se falado muito por aqui no “fator eleitorabilidade”. Ou seja, as chances que o candidato escolhido pelo partido tem de vencer as eleições. Também por ser o nome mais conhecido dentre os postulantes, Biden lidera nesse importante quesito desde o início da corrida eleitoral. Todavia é inegável que Warren vem diminuindo as distâncias. Segundo resultados da pesquisa CNN divulgados hoje, há menos de um mês a senadora por Massachusetts tinha 14% no quesito; agora já são 18%. Por sua vez, Biden aparecia com 29% e hoje está com 24%.

De acordo com a mesma consulta, 55% dos eleitores democratas consideram que demonstrar condições de derrotar Donald Trump nas próximas eleições é mais importante do que posicionamentos ideológicos. A partir de hoje, Elizabeth Warren terá a oportunidade de provar que tem condições de cumprir essa tarefa. Para isso, desconstruir  Joe Biden será fundamental.

(*) Texto produzido horas antes do começo do debate

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