“Donald Trump não cresceu no cargo porque não consegue. E as consequências desse fracasso são graves; 170 mil americanos mortos, milhões de empregos perdidos, enquanto os que estão no topo ganham mais do que nunca. Nossos piores impulsos foram desencadeados, nossa orgulhosa reputação ao redor do mundo diminuiu terrivelmente e nossas instituições democráticas nunca estiveram tão ameaçadas.”
O trecho acima faz parte do discurso realizado na última quarta-feira, durante a Convenção Nacional Democrata, pelo melhor orador das últimas décadas no cenário político internacional: Barack Obama.
Foi histórico. Nunca um ex-presidente havia batido tanto em um mandatário ainda no cargo. Obama foi duro, mas nem por isso deixou de apelar para o bom senso, a união entre os americanos e de pedir voto para a chapa Biden-Harris.
Um dia antes, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez foi em outra direção.
Durante sua fala, a deputada por Nova York sequer citou Joe Biden ou a candidata a vice, Kamala Harris. A quase totalidade do do tempo de um minuto e quarenta segundo a que teve direito foi usada para desfiar a importância de pautas progressistas. Ao final, endossou a candidatura de Bernie Sanders à presidência.
As regras da convenção concedem a candidatos com mais de 300 delegados colocar os seus nomes em discussão. Um ato simbólico. Em 2016, mesmo já tendo declarado apoio a Hillary Clinton após ter sido derrotado nas primárias, Sanders indicou a deputada pelo Havaí, Tulsi Gabbard, e o seu diretor de campanha, Paul Freeney, para defenderem sua candidatura.
A esquerda americana se apoiou no protocolo ilógico para justificar a postura de Ocasio-Cortez. Não convenceu.
Em abril, durante entrevista concedida ao jornal The New York Times, Alexandria confirmou que votará em Biden, porém fez troça do termo “unidade” e deixou claro que um processo em prol da união dos democratas seria “desconfortável para todas as partes envolvidas”.
A diferença entre os posicionamentos de Obama e Ocasio-Cortez expõe o embate entre moderados e radicais. Há quem enxergue no diálogo o caminho incontornável para a manutenção da democracia; contudo também há quem se dedique a manter o pêndulo da disputa ideológica em ritmo acelerado.
Os americanos têm até o dia 3 de novembro para reverter um momento de disrupção institucional e retrocesso democrático inédito na história moderna do país. Com motivos para sorrir: a opção pelo moderado Joe Biden aumentou a possibilidade de alcançar o eleitor dos estados em que a disputa com os republicanos é mais ferrenha, precisamente aquele que decide as eleições. Boa parte da esquerda torceu o nariz, mas isso é um bom sinal.
Por aqui o cenário é diferente. O prazo é mais longo e não há indícios de que a oposição esteja de fato empenhada em montar uma frente ampla para enfrentar Bolsonaro em 2022.
Desde a época em que perdia no primeiro turno para Fernando Henrique Cardoso, o PT bate bumbo pelo “nós contra eles”. Deu tão certo que conseguiram enfileirar as eleições de Lula, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro.
Se bobear, reelegem o mito.
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