A performance do pré-candidato e ex-vice-presidente, Joe Biden, no segundo debate democrata não foi boa. Na verdade foi péssima. Eleitores com os quais conversei nos últimos dias, todos decididos a mudar de presidente em novembro do ano que vem, reclamaram da sua postura excessivamente pacata. Citaram, em especial, o momento em que Biden, pressionado pela senadora da Califórnia, Kamala Harris, interrompeu a própria resposta alegando que o seu tempo havia se esgotado. Note-se que os demais postulantes, sobretudo Harris, a todo momento ultrapassavam o limite estabelecido de modo a fazer passar suas mensagens.
Houve até quem identificasse certa confusão na fala daquele que por oito anos esteve ao lado de Barack Obama na Casa Branca: “Repare só, às vezes ele não termina o que diz, outras muda de assunto no meio caminho”.
Segundo recente pesquisa do instituto Morning Consult, o cenário anterior ao debate, em que Biden liderava com folga, pouco mudou. Ele continua à frente nas intenções de voto em âmbito nacional, com apoio declarado de 32%, contra 19% do senador Bernie Sanders, 14% de Elizabeth Warren e 11% de Harris.
Já em consultas que envolveram apenas os eleitores dos primeiros estados a participar das primárias democratas, Biden passa a contar com 33% de apoio, ao passo que Sanders vai a 22%, enquanto Warren e Harris empatam com 11%.
A resposta à pergunta óbvia a partir desse quadro, sobre o motivo para uma aparente impermeabilidade aos próprios deslizes de um candidato que caso eleito seria o mandatário mais idoso a assumir a presidência nos Estados Unidos (77 anos), talvez encontre guarida em outra pesquisa, desta feita conduzida pelo canal CNN. Nela, um fator preponderante em qualquer pleito se destaca: a viabilidade eleitoral.
Simplesmente 45% dos eleitores democratas no estado de New Hampshire apontam para Joe Biden quando são questionados sobre qual pré-candidato tem mais chances de vencer as eleições — trocando em miúdos, de derrotar Donald Trump. Sanders, o adversário mais próximo, aparece com apenas 16%.
Até entre os eleitores de seus rivais, como Warren, Biden surge como mais forte no quesito, com 24%.
É sintomático que em outras perguntas sobre temas historicamente caros aos democratas, como posse de armas, sistema de saúde e aquecimento global, o vice-presidente não demonstre tanta força. É como se agora parte do eleitorado começasse a entender que, para além dos discursos por vezes caricatos, ainda que importantes para animar a militância, o que conta mesmo é vencer em 2020.
Parece óbvio, mas não foi o que aconteceu no último pleito, quando uma considerável parcela de eleitores, insatisfeita com a indicação de Hillary Clinton para representar o Partido Democrata na disputa presidencial, abandonou o debate ou nem sequer votou.
Resta saber se “sleepy Joe” (algo como “Joe sonolento”), nas palavras de Donlad Trump, conseguirá manter essa imagem ao longo das próximas semanas.
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