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Na última quinta-feira (17), morreu o Gaúcho, ex-centroavante de Palmeiras e Flamengo, vítima de um câncer. Tinha só 52 anos, uma lástima. Nunca jogou por Atlético, Coritiba e Paraná, mesmo assim, jamais vou me esquecer do cara.

Eu era um piá de bosta, nove anos, e tênis pra mim era só Rainha preto – um ficava velho, bastava trocar por outro um pouco maior. Naquela época, minha vida era acertar o horário em que todo mundo estivesse no campinho e esperar pela Placar.

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Até que em 17 de novembro de 1988 Flamengo e Palmeiras jogaram no Rio de Janeiro. Bola rolando e já no final o Zetti se machucou e Gaúcho foi para o gol. Já era um fato extraordinário, ainda mais no meu caso, um novato de tudo.

Mas foi só o começo. As partidas daquele Brasileiro eram decididas nos pênaltis em caso de empate e o duelo do Maracanã terminou 1 a 1 no tempo normal. Ficou tudo para a marca da cal. Com Gaúcho no gol!

Eis que o jogador “de linha” defendeu as cobranças de Zinho e Aldair. Sem usar luvas! E ainda marcou na vitória do Porco. Eu nunca tinha visto nada do tipo, nem parecido. Por muito tempo, foi a história mais fantástica que eu já tinha visto no futebol (tem no Youtube).

Isso porque eu nem lembro se eu assisti ao jogo, vi apenas no Globo Esporte ou só li a respeito dias mais tarde. Tanto faz. Com o passar dos anos, mais experiente, descobri que essa sensação é comum no futebol.

Valeu, Gaúcho!

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