A grande notícia do momento é sobre a realização do clássico entre Flamengo e Fluminense pelo Brasileiro, na próxima quinta-feira (13). Disputado em Volta Redonda, no Raulino de Oliveira, o jogo terá o estádio dividido meio a meio entre as duas torcidas.
É claro que o palco não é o ideal. Mas vai ganhar ares de Maracanã com o colorido de rubro-negros e tricolores. No primeiro turno já foi assim, na Arena das Dunas, em Natal. O motivo foi meramente financeiro. Mas não importa, vale o resultado.
Para quem tem por volta de 20 anos, parece novidade. Não é. O futebol brasileiro já foi assim, não faz muito tempo. Clássicos eram disputados com estádios divididos. Torcidas em igualdade de forças. Quem for mais assíduo, fica em vantagem. Ou quem gritar mais. O jogo também é jogado nas arquibancadas.
A escalada da violência foi modificando o cenário. Sob o pretexto de conter as brigas, polícia e cartolas foram espremendo os visitantes o máximo possível. Nunca resolveu. Claro, afinal, os problemas nunca foram por causa do número de torcida adversária.
Os novos estádios também complicaram a divisão dos setores. Antes, Corinthians e Palmeiras jogavam no Morumbi. Agora, cada um tem o seu campo. Atlético-MG e Cruzeiro era no Mineirão, com estádio meio a meio, até o Galo se mudar para o Horto.
Aqui em Curitiba, o Atletiba teve o Couto Pereira como seu palco tradicional enquanto o Furacão não tinha uma casa em boas condições para receber o clássico. E por muito tempo o Alto da Glória foi dividido no meio.
Mas aí, tanto lá, como cá, além do discurso de terror contra a violência, inócuo, entrou em cena a mesquinharia dos cartolas. Eles não gostam de futebol, só do dinheiro. O lance não é dividir e, assim, somar ao espetáculo. Mas segregar.
O colorido dos estádios divididos sempre foi pra mim uma das coisas mais legais do futebol. Numa metade, só verde e branco. Na outra, vermelho e preto. Ou azul e branco e preto e branco. Tomara que a ideia dos cariocas inspire outros clássicos.
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