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Show de astro do Pink Floyd no Couto põe em dúvida projeto multiuso da Arena

Show de astro do Pink Floyd no Couto põe em dúvida projeto multiuso da Arena (Foto: )

Com Roger Waters, um dos fundadores do Pink Floyd, o Couto Pereira, do Coritiba, já confirmou participação no calendário internacional de shows em Curitiba para 2018. Trunfo econômico, e de exposição, que a Arena, do rival Atlético, ainda não tem.

Em setembro deste ano, o estádio Coxa recebeu outro show de grande porte, do conjunto americano Maroon 5. E foi candidato para abrigar outra atração importante, o Foo Fighters, que acabou acertando com a Pedreira Paulo Leminski, em março do ano que vem.

É um reforço no plano calculado do Alviverde: transformar sua casa num espaço multiuso e, assim, faturar com a estrutura além das datas de jogos. Intenção que o Rubro-Negro também alimenta, mas que, por uma série de motivos, tem dificuldade para deslanchar.

Na entrevista coletiva que concedeu recentemente, Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Furacão, voltou a tratar do assunto, ao ser questionado se a Baixada já possuía um calendário de eventos para a próxima temporada.

“Não existe um calendário para eventos do tamanho da Arena. O dono desse artista [empresário] quer lucrar, usar, abusar e ir embora. Querem ganhar dinheiro. Nós não queremos que estraguem o nosso patrimônio e também queremos ganhar dinheiro”, comentou o cartola atleticano.

Petraglia complementou: “O Atlético não aluga o estádio, mas faz parceria. Quando veio o pessoal do UFC falamos: ‘nós montamos o circo e vocês trazem os palhaços’. A grande maioria não concorda com essa estratégia. Isso foi construído para ser autossuficiente e render receita para o futebol”.

O dirigente deixa clara a diferença do esquema do Atlético para os demais: o clube só atua como parceiro, não apenas um locatário do estádio, como o Coritiba. Quer faturar em outras frentes, tais como venda de ingressos, montagem do espetáculo etc.

Um modelo atleticano foi a realização da Liga Mundial de Vôlei, em julho deste ano. O Furacão atuou como parceiro da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) em todo o evento. Participou, inclusive, da montagem de toda a estrutura.

Diretor de projetos do Atlético, Luiz Volpato foi o responsável do clube pela operação da Liga e também atou, com seu escritório, da idealização do projeto e fez a coordenação da estrutura instalada no estádio para a disputa internacional de vôlei.

O plano do Atlético de servir quase como uma produtora de eventos, entretanto, tem sido justamente o motivo para afastar os shows da Arena. As produtoras do país não aceitam dividir o trabalho com o clube. E o Furacão não abre mão do conceito.

“O Atlético tem uma política clara de participar e controlar ativamente  todas as etapas da produção. Eles têm todo o direito de agir assim, mas ficou incompatível”, afirmou Lucas Giacomolli, da Hits Entretenimento, produtora que trouxe o Maroon 5 para o Couto, em entrevista à Gazeta em junho.

O blog apurou também que o acerto com Roger Waters para tocar no Alto da Glória ocorreu da mesma forma. A Time For Fun, produtora do baixista e cantor inglês, é mais uma que prefere controlar todas as ações relacionadas aos espetáculos que promove.

Diante disso, a Arena, que foi completamente renovada para a Copa do Mundo de 2014, e possui os trunfos do teto retrátil e da grama sintética, convive com um calendário minguado. Até então, entre os principais eventos, realizou as apresentações de Rod Stewart e Andrea Bocelli, além do UFC.

Enquanto isso, além do Coritiba, a Pedreira Paulo Leminski, tradicional palco da capital, voltou com força ao calendário após a reabertura em 2014. Recebeu, apenas recentemente, atrações como Black Sabbath e Green Day  e já tem programado o Foo Fighters.

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