O voto dos sócios transformou as eleições no Atlético. Fenômeno já verificado nas eleições passadas, em 2011, e exacerbado na atual. O cenário no Rubro-Negro imita tudo de bom e ruim de uma eleição convencional.
Não demorou nada e as chapas descobriram os ídolos como os melhores cabos-eleitorais. Claro, a bola, o craque e o artilheiro são o que comove o torcedor. Você sabe, os dirigentes são apenas um mal necessário.
E demorou menos ainda para os jogadores acabarem queimados pela política clubística. Correligionários de ambas as chapas se apressaram em acusar os velhos heróis de tudo o que se possa imaginar.
“São vendidos, trocam apoio por grana, por pagamento de dívidas, por benefícios futuros”, incriminam de lado a lado. Acreditar em idealismo hoje em dia, realmente, é dose. Mas, quem prova?
Agora, o mais chocante é constatar outro tipo de reação: “Nunca fizeram nada!”. Ou seja, a depender de quem está apoiando, o ídolo é premiado com uma “reavaliação histórica”.
E o primeiro e mais importante quesito é o “quantos títulos ganhou”. São os “utilitaristas da bola”. Para este grupo, só os “campeões” merecem o reconhecimento. Não manjam nada de futebol. Mesquinharia pura.
Até mesmo Sicupira, maior artilheiro dos 91 anos de Atlético, com 154 gols, foi desmerecido. Afinal, levantou só um Paranaense (1970). A verdadeira razão? Está com a chapa Atlético de Novo, de oposição.
O mesmo aconteceu com Washington. Cardíaco, reencontrou a vida no Furacão e anotou 34 gols na brilhante campanha do vice brasileiro de 2004. Mas como apoia a CAPGigante, de situação, o Coração Valente nem foi “grande coisa”, afinal, não levantou a taça.
Da minha parte, fico pensando: essa ressaca política dos atleticanos vai ser das mais dolorosas, hein?