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O Atlético é vítima do TJD-PR. É inútil punir com perda de mando de campo. Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
O Atlético é vítima do TJD-PR. É inútil punir com perda de mando de campo. Marcelo Andrade/Gazeta do Povo| Foto:

O Atlético foi punido com a perda de dois mandos de campo por causa de incidentes com bombas no Atletiba. O clube vai recorrer da decisão do TJD-PR. Seja qual for o resultado, vamos direto ao ponto: punições com perda de mando de campo não têm absolutamente nenhuma efetividade e, portanto, deveriam acabar.

O único resultado prático da saída forçada de casa, prevista pelo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), é um prejuízo considerável ao clube, técnico e financeiro, e sua coletividade (sócios, torcedores etc). Nada além disso. A lição aplicada não avança um milímetro sequer na contenção dos problemas, quanto mais para uma solução.

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Ano após ano, dezenas de punições de perdas de mando de campo se acumulam, e idiotas seguem arremessando bombas nas torcidas adversárias, objetos no gramado, brigando entre si, invadindo o campo. E seguirão assim. Em 2018 teremos mais. 2019 também.

Há ainda outra consequência, paralela, que foi a criação de uma “indústria de laranjas”. Na tentativa de escapar dos tribunais, clubes passaram a encontrar, oportunamente, pessoas que topam assumir a bronca na delegacia em troca de, digamos, alguma “vantagem”. Malandragem disseminada Brasil à fora.

É só. De resto, as perdas de mando ainda dão alguma importância aos tribunais esportivos que deveriam ter ação bem mais limitada. Mas que, diante da oportunidade de influir na competição, fazem questão de aparecer e, diversas vezes, ainda atuam movidos por paixões clubísticas.

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Mas o que fazer? A solução é uma só. E tão óbvia quanto complicada: punir quem comete o ato e pouco importa se é de torcida organizada ou não Abrir uma “caça” severa aos infratores. Com as mais diversas medidas, de acordo com a gravidade. E na minha opinião, há duas alternativas consideravelmente efetivas.

Caso a infração não mereça “cana”, aperta no bolso do cara. Faz pagar caro pelo que fez. Põe o “vândalo travestido de torcedor” para fazer trabalhos sociais. E, fundamentalmente, atinge o “coração do torcedor”: em data de jogo, passa o dia na delegacia, “refletindo”.

Com relação aos clubes, uma eventual punição apenas em caso de concorrência direta para o ocorrido. Deixou de apresentar o plano de segurança. Não comunicou o efetivo policial. Enfim, algum tipo de negligência evidente. Fora isso, os times são vítimas.

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Todo o resto é inútil, paliativo, conversa e tempo jogado fora. Ou se leva a sério, ou ficaremos daqui até a eternidade sem evoluir, tapando o sol com a peneira, matando o cachorro para acabar com as pulgas, fazendo jogo de cena, reforçando o circo etc. Não adianta fazer errado só pra dar uma resposta.

Definitivamente, não creio que nada vá melhorar. Primeiro, pela notória pobreza de ideias e iniciativas do futebol brasileiro. Depois, não dá para exigir das forças de seguranças ação para prender torcedores se nem assassinos vão para trás das grades no país. Vai seguir tudo igual.

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