Da última vez em que Atlético, Coritiba e Paraná estiveram juntos na elite, em 2005, ninguém sabia o que era Facebook. Fundada no ano anterior, a rede social que é onipresente há alguns anos era tema apenas para iniciados da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O WhatsApp não era ainda nem um plano maluco, não havia Uber, nem Cabify ou congêneres, os celulares smartphones estavam engatinhando e todas as casas ainda possuíam telefones ligados por um fio preso na parede. Netflix era ir até a locadora – e voltar para entregar a fita.
O recorte temporal, mesmo usando a tecnologia, um segmento que se transforma rapidamente, mostra como faz muito tempo que as três torcidas de Curitiba não dividem a Primeira Divisão do Nacional. A impressão é que não existia mundo antes do Facebook. Como se vê, não é bem assim.
Não há dúvidas, portanto, que se apresenta uma chance rara: três representantes entre os 20 principais clubes do país. Mais do que Rio Grande do Sul, Santa Catarina, cada estado do Nordeste, a mesma quantidade que Minas Gerais. É o Paraná relevante no cenário nacional da bola.
É também mais um clube na grade da televisão, especialmente no PPV, considerando que o Tricolor deve ter menos espaço do que o pouco já destinado para a dupla Atletiba na TV aberta. E, ao vivo, no estádio, são mais 19 datas no calendário esportivo de Curitiba.
Sem dúvida alguma, uma temporada animadora para o futebol local. Aí incluídos, imprensa, comércio, enfim, tudo que gira em torno de rubro-negros, alviverdes e tricolores. E, mais fundamentalmente, para o Paraná que, só em cota de televisão, pelos direitos de transmissão, contará com cerca de R$ 25 milhões.
Resta agora, esfriada a empolgação na Vila Capanema, e contando com a provável permanência do Coxa, encarar a oportunidade como deve ser. Bons motivos não faltam. Basta ‘escantear’ a tal autofagia curitibana, real entre o Trio de Ferro, e aproveitar, no embalo da Copa na Rússia, o ano do futebol no estado.