O Paraná Clube herdou a passagem do Atlético-PR para a Copa do Mundo da Rússia. O Furacão desistiu da viagem para a qual foi sorteado pela CBF, junto com outros oito clubes e representantes das 27 federações estaduais. Leonardo Oliveira, presidente do Tricolor, deverá embarcar para o Mundial. A informação é da Banda B.
É um agrado oferecido pela entidade nacional disfarçado de “viagem para desenvolvimento do futebol brasileiro”. Conhecendo o nível da cartolagem, com raríssimas exceções, você sabe que a passagem pela Rússia, que custará cerca de R$ 3 milhões para a CBF, terá pouca ou nenhuma utilidade.
Para o ano que vem, nossos campeonatos seguirão pobres de ideias, longos, desinteressantes, recheados de toda sorte de confusões. Como sempre. Nem os mais otimistas esperam que a chance de acompanhar a primeira fase da Copa in loco servirá para algo além de postagens em redes sociais.
Fica ainda, no caso do Paraná (mais São Paulo, Ceará, Bahia, CRB, Avaí, Paysandu, Brasil-RS e Guarani), aquele compromisso tácito de acompanhar a CBF em determinadas situações. Afinal, para “rir tem que fazer rir”, certo? Fica “chato” aceitar a boca-livre e depois falar mal, não é mesmo?
Já das federações estaduais não se espera outra coisa. Há décadas andam de braço dado com a CBF que, em parte, financia tais instituições. De tempos em tempos, vão ao Rio de Janeiro apenas para eleger o candidato preferido da entidade à presidência, como ocorreu recentemente com Rogério Caboclo.
Por tudo isso, é louvável a atitude do Atlético. O clube tem se apresentado como oposição ao atual comando do futebol brasileiro. E, embora tenha sinalizado que aceitaria o convite, voltou atrás. Seria, de fato, uma incoerência embarcar no voo da alegria para a Rússia.