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Atlético culpa torcida por Arena vazia. E a fuga dos sócios, clube explicará?

Atlético culpa torcida por Arena vazia. E a fuga dos sócios, clube explicará? (Foto: )

O Atlético divulgou em seu site oficial um estudo do próprio clube sobre o histórico de público na Arena da Baixada. Resumidamente, o Furacão apontou que as médias de comparecimento de seu torcedor sempre foram baixas e, assim, o pequeno número atual é absolutamente “normal”.

O estudo atropela uma série de fatores na tentativa de livrar o Rubro-Negro de qualquer responsabilidade pelo cenário padrão da Arena pós-Copa do Mundo: quase vazia. Deixa de lado, especialmente, aspectos que são intangíveis.

Públicos de futebol não são regulados apenas por preço de ingresso. Valor baixo da entrada não representa público alto, embora algumas vezes possa significar. Assim como valor alto do bilhete não indica público baixo, embora também possa representar.

Por exemplo. O Furacão cobra R$ 60 para os jogos do Paranaense, o que é uma cifra bastante razoável. No entanto, manda a campo o seu time C. Se o clube não se interessa pela disputa, e aí nem discuto se faz certo ou errado, por que o torcedor vai abraçar?

Há uma combinação de fatores que empurram os torcedores para dentro ou para fora dos estádios. O maior deles: bom time. Outro importante: ambiente favorável na arquibancada. E é claro que ingresso a preço justo (nem caro, nem barato) é fundamental.

Evidentemente, trabalhar com esse equilíbrio, aprender a ler essa “maré”, as “ondas” que vêm e vão, planejar sócios e valores de ingresso para campeonatos e temporadas, ainda mais para um clube de porte médio, não é nada fácil. O que assusta é ver que o Furacão, aparentemente, desistiu.

Não bastasse o chocante conformismo, o clube que se prendeu tanto aos detalhes dos borderôs e rendas dos jogos, em busca de livrar a biometria de uma culpa pelos públicos baixos, deixou de lado, curiosamente, talvez o mais forte dos números relacionados ao comparecimento recente na Arena.

O Furacão não abordou a debandada dos sócios desde a implantação da biometria. Por algum motivo, o clube não explica porque a média de associados despencou após a restrição implementada no duelo com o Coritiba, pelo Brasileiro do ano passado.

Nos 10 primeiros jogos do Nacional de 2017, o Atlético tinha média de 13.500 sócios por partida no Joaquim Américo. Do Atletiba para a frente, contando o clássico, a média de associados na Baixada foi de 8.438 em nove compromissos. Está também nos borderôs.

Comparando as médias, a assiduidade dos atleticanos mais fieis, que se comprometem em pagar mensalmente ao clube, diminuiu em 5.062 torcedores (menos 37,4%). É muita coisa considerando que a campanha do time manteve-se estável, sempre com alguma esperança de Libertadores.

Foi por causa da biometria? Pode ser que sim, pode ser que não. O motivo é a guerra entre a organizada e o clube e o “esfriamento” do clima na bancada? Ou é por causa da crise econômica? É possível se aprofundar em todas essas situações e buscar algumas explicações interessantes.

O problema é que o Atlético já mostrou que não quer fazer isso. Na ultramoderna e confortável Arena, protegida da chuva, os públicos são baixos e, na visão do clube, sempre serão. Um belíssimo estádio normalmente vazio. Qual o motivo? Simplesmente porque é assim.

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