Rompido com a Os Fanáticos, principal facção do clube, o Atlético planeja um novo modelo para retomar a “festa” na Arena da Baixada. O clube estuda implantar uma espécie de torcida organizada “oficial”, comprometida com a diretoria do Furacão.
A primeira medida seria alterar o local normalmente destinado à organizada na Arena. Ausente da Baixada desde o ano passado, a Os Fanáticos costumava ocupar o setor Buenos Inferior, atrás do gol de entrada do estádio.
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O clube considera o setor, próximo ao gramado, nobre demais para abrigar torcidas organizadas, agremiações de apelo popular. Assim sendo, estuda levar a nova facção para a Getúlio Vargas superior, espaço paralelo à linha lateral do campo.
O Rubro-Negro já fez uma sondagem com os conselheiros do clube, no último encontro do Conselho Deliberativo, realizado no final de fevereiro, na Arena. Um problema inicial está na aceitação dos associados do setor, que teriam que dividir o espaço.
As mudanças, entretanto, seriam bem maiores do que apenas a localização na praça esportiva. O Furacão tem em mente uma alteração radical de conceito. A nova torcida organizada não teria nome nem marcas específicas, sendo conhecida apenas por algo como “torcida do Atlético”.
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No mesmo sentido, faixas, bandeiras e instrumentos de percussão seriam do próprio clube e, após a utilização, ficariam nas dependências do Furacão. Assim, o clube liberaria a utilização dos adereços no setor escolhido para a facção oficial.
A caveira, símbolo da Os Fanáticos, não seria aceita. Dentro do clube, há dirigentes que acreditam que a marca da facção assusta o público infantil. Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo, também rejeita a identidade e considera que é relacionada à morte.
O clube também deseja que a nova torcida organizada não cante músicas com palavrões ou termos considerados chulos. A ideia do Rubro-Negro, como o presidente Luiz Sallim Emed prega, é transformar o Joaquim Américo num ambiente familiar.
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Por diversas vezes o Furacão tentou emplacar um novo modelo de torcida. Em 2016, contratou integrantes de uma escola de samba para fazer a batucada durante o jogo. E instalou microfones para que os instrumentos tivessem maior alcance. Não foi a primeira vez que o clube optou por uma “charanga” de aluguel.
O Rubro-Negro também já tentou reforçar a vibração em seu estádio com a presença de um “animador de torcida” importado do vôlei. O recurso foi utilizado em 2016 e, posteriormente, acabou abandonado.
Histórico de conflitos e apoio nas eleições
Há meses o clube está em conflito com a torcida organizada Os Fanáticos, que decidiu não mais frequentar as partidas no estádio por causa das restrições impostas pela diretoria. Em jogos do Brasileiro do ano passado, a facção promoveu a “festa” na praça em frente da Arena.
É apenas mais um capítulo de uma longa e conflituosa relação entre a TOF e Mario Celso Petraglia. Desde que assumiu o clube, em 1995, o cartola demonstra insatisfação com a operação das torcidas. Entretanto, buscou por duas vezes, e obteve, apoio da organização nas eleições do clube.
Mais recentemente, o Furacão passou a defender a extinção das torcidas organizadas apoiado em prejuízos financeiros que o clube entende terem sido ocasionados pelas facções. Em fevereiro, o Rubro-Negro culpou a Os Fanáticos pela perda de mandos no Paranaense multa aplicados pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR).
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