Já virou clichê, piada, mas todo dia é um 7 a 1! A última da CBF foi o lançamento do hino do Campeonato Brasileiro Fui ouvir e com 20 segundos a vergonha alheia já estava tão insuportável que tive de pausar – escutei o resto em seguida e foi o maior sacrifício que fiz em 2016. “É bola na rede, levanta essa taça”, impressiona a criatividade.
Em resumo, mais uma baboseira que os cartolas tentam empurrar goela abaixo do torcedor. Mais um ritual fake que não tem nada a ver com a identidade brasileira e a cultura dos estádios no país (já bastante sacrificada). Mais uma perda de tempo com coisas tão importantes por fazer e pensar.
Sim, porque a peça fará parte do protocolo das partidas do Nacional, com execução programada para a entrada em campo das equipes. Pois é, vivemos um tempo em que jogo de futebol tem “protocolo” e carnaval é cronometrado. Vivemos a era do “oficial”, do “autenticado”, da morte do espontâneo.
Saudades dos tempos em que os times explodiam dos túneis de acesso ao campo correndo, aquecendo os pneus, fazendo zigue-zague, cabeceando bolas imaginárias, atropelando os mascotes, debaixo de papel picado, sob o espocar dos fogos e o grito da torcida. Quem pediu para tudo isso acabar?
Agora é essa coisa sem graça e repetitiva. As duas equipes caminhando lado a lado, em marcha lenta, um teatrinho de fair play importado da Copa do Mundo. Ritual broxante que se tornará ainda mais incômodo com a música-tema do Brasileiro, inspirada naquela chatice “épica” da Champions League (óóóóóóó, óóóóóóóóó, óóóóóóó).
Se eu fosse vocês só entraria no estádio com 5 minutos de bola rolando.