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Não gostei do aumento da vagas para a Libertadores. De 38 clubes, em 2017 serão 44. A mudança impacta imediatamente o Brasileiro. Morre o já “consagrado” G4 e nasce o G6. Ganhar uma chance para desbravar o continente fica mais fácil, por uma questão meramente matemática.

Basta uma campanha razoável para carimbar o passaporte. Está aí o Atlético como exemplo. Mesmo sabotado pela própria diretoria, e dono de um retrospecto fraquíssimo como visitante, o Rubro-Negro está hoje entre os seis melhores.

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A tendência é ver cada vez menor a distância entre os clubes que brigam contra o rebaixamento e os que têm possibilidades de freqüentar o G6. Apenas dois, três times, se muito, estarão mesmo “de férias” nas rodadas finais.

Desse jeito, a Libertadores pode perder parte do encanto. Um mal que já atinge o Brasileiro, justamente por causa do torneio internacional. Ser campeão brasileiro já não tem tanta graça. Para muitos, o que vale é se classificar para “la Copa”.

Como isso foi acontecer? Quais os motivos? É um efeito da globalização? Influência da Champions League, cada vez mais na rotina dos brasileiros? Difícil responder, mas a resposta está por aí.

Enfim, como sempre ocorre no futebol, as alterações são puramente por questões comerciais e políticas. Quanto mais clubes, mais poder de barganha para a cartolagem. Você sabe, os dirigentes nunca se importam com aspectos técnicos.

Final em jogo único

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E há ainda outra mudança, igualmente ruim, que está por vir na Libertadores. O presidente da Conmebol, entidade que rege o futebol sul-americano, tem simpatia pela ideia de final em jogo único, em campo neutro, como na Champions.

De acordo com Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol, jogar o segundo confronto em casa é uma vantagem. E o cartola “justifica” dizendo que de 10 finais de Libertadores sete foram vencidas pelo mandante do duelo derradeiro.

O que a Conmebol quer mesmo é repetir o “espetáculo” altamente rentável da final da Champions League. De audiência televisiva absurda com um estádio lotado por torcedores de ocasião e curiosos agraciados por jabás de patrocinadores.

Os apaixonados pelos dois clubes, que acompanham a trajetória das equipes desde sempre, ficam de fora. No maior momento da história do time do coração, logo quando podem influenciar no resultado, no grito, no apoio, torcem no sofá de casa.

No mais, é sempre bom lembrar quem são os cartolas que têm o poder sobre o destino de disputas e agremiações centenárias. Os últimos três presidentes da Conmebol estão… na cadeia! Nicolás Leoz, Eugenio Figueiredo e Juan Angel Napout.

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O último, Napout, aliás, era muito próximo do atual, Dominguez. Caiu em cana acusado de meter no bolso propinas milionárias em negociações de vendas de direitos de transmissão de futebol na América Latina. Que coisa, não?

É esse tipo de gente que quer impor o que é certo e errado, melhor e pior, para o seu clube.

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