O ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho, envolvido em escândalo de manipulação de resultados. | Foto:
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Não há um dia sequer em que não surja alguma mutreta, sacanagem, alguém que está levando, levou ou queria levar. A corrupção no Brasil é endêmica. Atinge todos os setores, do público ao privado. Aparentemente, só uma classe está imune: a dos árbitros de futebol.

Sim, pois basta sugerir ação deliberada de um juiz para beneficiar ou prejudicar determinado time para alguém rebater: “teoria da conspiração!”. Há pênaltis em excesso para tal clube? “Coincidência!”. Gol claramente impedido assinalado? “Lance difícil”. Há sempre uma resposta para desarmar qualquer dúvida.

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 Acho curiosa tamanha confiança na idoneidade de árbitros e auxiliares. Em todas as rodadas do Brasileiro há erros graves, alguns bizarros. Despreparo? Incompetência? Há de sobra. Simples equívoco? Também tem. Agora, será que é só isso? São inúmeros os motivos para desconfiar.

 A começar pelo alto escalão do esporte no país. O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não sai do Brasil temendo ser preso. O antecessor, José Maria Marin, passeia por Nova York de tornozeleira eletrônica, detido pelo FBI. E Ricardo Teixeira renunciou atolado em denúncias de corrupção.

 O cenário no âmbito estadual também não recomenda crédito algum. As federações locais são, quase que invariavelmente, redes de conchavos costuradas com churrascos e doações de material esportivo. Tudo com um único propósito: manter o poder durante a eternidade.

 Não bastasse para suspeitar da lisura geral, ainda temos exemplos práticos recentes. Nesta quarta-feira (6), a Polícia Civil prendeu sete pessoas envolvidas em manipulação de resultados das divisões inferiores do futebol paulista. Acertos para alimentar apostadores asiáticos.

 E todo mundo ainda lembra do árbitro Edílson Pereira de Carvalho, certo?. Claro, foi há pouco mais de 10 anos que o futebol brasileiro foi arrasado por um esquema de manipulação de placares em plena Série A, elite do esporte no país. Na mesma época teve também o célebre “Caso Bruxo”, no futebol paranaense.

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 Não sei você, mas eu acredito em juiz ladrão.