Dos 12 times do Estadual, apenas um deles, o Atlético, ganhou mais dinheiro que a Federação Paranaense de Futebol (FPF) com a disputa do campeonato regional. Somando a receita líquida dos cinco jogos que disputou em casa em oito rodadas, o Furacão obteve R$ 510.315,36.
O montante está bem acima do que a FPF recebeu, exatos R$ 310.428,36. A entidade tem direito a 10% sobre a renda de todas as partidas jogadas pelo certame. Uma taxa administrativa, uma espécie de imposto que os clubes pagam obrigatoriamente.
LEIA MAIS: O dia em que Hélio Cury tentou ser maior que o Atletiba e se deu mal
Mais de R$ 300 mil, valor significativamente superior ao obtido pelo Coritiba, o segundo colocado na soma das receitas líquidas dos confrontos. Em quatro jogos no Couto Pereira, o Alviverde auferiu R$ 170.134,10.
Não custa lembrar, embora seja óbvio. A FPF, presidida por Hélio Cury (foto), não entra em campo, não tem torcida, jogadores, centro de treinamento, estádio. Basicamente, monta a tabela, faz as escalas de arbitragem e registra os atletas. E, normalmente, faz mal tudo isso.
Os números mostram como o estadual é deficitário. No caso da dupla Atletiba, embora o borderô geral aponte lucro, a rotina dos clubes com os jogos apresenta gastos que reduzem a nada o pouco de dinheiro que a bilheteria repassa.
LEIA MAIS: Cury tinha Atlético e Coritiba como inimigos, agora tem o Brasil todo
O Paraná, por sua vez, aparece com R$ 46.716,64 na soma das receitas líquidas. O Tricolor fez cinco partidas na Vila Capanema e o número também é nada expressivo. E representa cerca de seis vezes menos do que a FPF ganhou com o Paranaense.
A realidade dos clubes do menores, todos apoiadores da FPF, como o Paraná, também é triste. Só o Cascavel pode “comemorar”: R$ 169.938,84 de receita líquida com três partidas. Para os demais, o que se vê é uma ninharia, mesmo para os padrões modestos das equipes.
LEIA MAIS: País do futebol? Estudo de público aniquila o clichê sobre o Brasil
Casos mais graves são do PSTC, Londrina e J. Malucelli. Os três registram prejuízo na soma das receitas líquidas no Estadual. Em outras palavras, toda vez que jogam, mesmo em casa, pagam para entrar em campo.
Na soma geral, a FPF faturou mais do que todos as equipes pequenas: R$ 310.438,40 contra R$ 310.408,88. Diferença pequena, mas cenário assustador.
Veja abaixo o ranking com a soma das receitas líquidas do Estadual até a 8ª rodada:
1º Atlético: R$ 510.315,36
2º FPF: R$ 310.438,40
3º Coritiba: R$ 170.134,10
4º Cascavel: R$ 169.938,84
5º Cianorte: R$ 64.378,35
6º Rio Branco: R$ 60.835,35
7º Paraná: R$ 46.716,64
8º Prudentópolis: R$ 37.103,65
9º Toledo: R$ 26.529,60
10º Foz: R$ 7.776,45
11º PSTC: R$ -14.295,20
12º Londrina: R$ -19.039,56
13º J. Malucelli: R$ -22.818,60
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura