A Netflix começou a exibir Ícaro na última sexta-feira (4). Dirigido pelo americano Bryan Fogel, o filme é um documento poderoso que, infelizmente, nos faz desacreditar de qualquer justiça no esporte. Especialmente, na disputa dos Jogos Olímpicos.
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O documentário inicia com uma premissa interessante. O próprio diretor, Fogel, é um ciclista amador que decide recorrer ao doping para incrementar seus resultados e, principalmente, mostrar como é possível escapar ao controle dos exames.
Tudo, evidentemente, registrado pelas câmeras. Ícaro larga como uma espécie de “manual de como se dar bem no doping”. Já seria o suficiente para uma excelente mistura de thriller com reality show, uma bomba para derrubar os sistemas antidoping.
Cientista “maluco” e a farsa das Olimpíadas
Eis que entra em cena Grigory Rodchenkov, um cientista russo que por anos dirigiu o laboratório de antidopagem do país. Parecendo ter saído de uma comédia de Mel Brooks, o bigodudo é indicado para ser o tutor de Fogel no plano malicioso.
Você não leu errado. Um diretor da agência antidoping de uma potência olímpica surge como “professor” de doping diante das câmeras. É tão bizarro que, naturalmente, alguma coisa acabaria por dar errado. E a partir daí, o filme ganha alcance mundial.
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Ainda na parte inicial, e com a proximidade de Fogel e Rodchenkov, Ícaro revela como um insider tudo que envolveu o escândalo de doping recentemente protagonizado pela Rússia, que custou a participação da equipe de atletismo do país na Olimpíada do Rio de Janeiro e desacreditou a Wada, a Agência Mundial Antidoping.
Isso porque Rodchenkov, claro, esteve no centro do esquema que dopou uma infinidade de atletas russos e comprometeu, pelo menos, diversos resultados de uma série de modalidades nas Olimpíadas de Pequim (2008), Londres (2012) e, especialmente, os Jogos de Inverno de Sochi (2014), na Rússia.
E tem mais: a Rússia recebe a próxima Copa do Mundo, ano que vem.
Imperdível.