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Torcedores de Atlético e Coritiba protestaram contra Lula e Dilma no Atletiba de domingo. A torcida Os Fanáticos, do Furacão, ainda estendeu uma faixa em apoio ao juiz Sérgio Moro. A manifestação é livre e acho saudável que o futebol seja palco.

Agora, é curioso como o torcedor exibe outro comportamento quando o assunto é o time do coração. Geralmente, as arquibancadas não se opõem aos benefícios indevidos com a arbitragem e à roubalheira dos cartolas.

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É que para o torcedor o futebol é um “mundo à parte”, desconectado do “mundo real”. O esporte possui conceitos particulares de ética e honestidade – ou melhor, são princípios que variam segundo o beneficiado, se o próprio clube ou o rival.

Por exemplo. O rival triunfar com erro do juiz é inadmissível, é “sacanagem”, “esquema” e, principalmente, “VERGONHA”. O grau de tolerância é outro se o time do coração vence com lance irregular – aí “faz parte”, “foi culpa do juiz”, “não deu pra perceber” etc.

A contradição segue fora do gramado. O torcedor se indigna com os desvios de dinheiro público na política – e está corretíssimo. Mas transige ou se cala quando o seu time sonega impostos (dinheiro público), o que é prática corrente há décadas.

Neste caso, vale a desculpa “ninguém paga”, o que não deixa de ser verdade. Justificativa que, transportada para a esfera política, seria algo como “meu partido rouba, mas todos roubam, então faz parte, quem não rouba está sendo passado para trás”.

Há torcedores que detestam ver o clube ajudado pela arbitragem e repudiam a roubalheira da cartolagem – convenhamos, são poucos. Sobre a maioria, em tempos de discussão sobre moralidade, seria interessante escolher, definitivamente, em qual lado quer ficar.

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