REUTERS/Jorge Adorno| Foto:
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Paulo André, zagueiro do Atlético e articulador do Bom Senso, publicou um texto no Facebook no qual revela seu afastamento do movimento. Afirma ser preciso renovar as lideranças e detona: “já lamentamos a falta de engajamento dos atletas de destaque do futebol nacional e a falta de interesse dos ‘nossos’ atuais ídolos, tão preocupados com suas redes sociais”.

A crítica não foi direta a Neymar. Mas atinge o craque do Barcelona. E também boa parte dos jogadores acostumados a vestir a camisa da seleção brasileira nos últimos tempos. Engajamento da parte deles, só mesmo para angariar fãs e puxas-sacos no Instagram, Facebook etc. Sobre o destino do futebol brasileiro… nenhuma linha ou declaração.

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Sempre quando há a cobrança por envolvimento político, alguém aparece para contemporizar, distender. “Por que o Neymar deveria se queimar com isso, ele não é o responsável pelo futebol brasileiro, pela CBF”, dizem. Faz algum sentido. Neymar, ou qualquer outro boleiro, não tem obrigação em assumir posições políticas, para que lado for.

Caso queira, e tem sido assim, pode ficar preocupado somente consigo mesmo. Ganhar seus milhões, com toda a justiça – desde que não se esqueça de pagar os impostos, é claro – e curtir a vida com a galera do Tóis, Justin Bieber etc. Se mais de 80% dos jogadores em atividade no Brasil, colegas de profissão, ganham menos de R$ 1 mil mensais, não é problema de Neymar.

Agora, caso nosso principal jogador, estrela internacional, decidisse se engajar para melhorar o esporte no país, da forma que achar melhor, o peso seria imenso. Uma coletiva de Neymar, questionando a CBF, o calendário nacional, teria efeito rápido e devastador. Correria o mundo em segundos. Não mudaria o cenário de uma vez, obviamente, mas colocaria os cartolas na parede, sem poder reagir. Pena que o camisa 10 não quer. Prefere colher coraçõezinhos nas redes sociais.