O presidente de honra do J. Malucelli, Joel Malucelli, anunciou que o clube decidiu abandonar o futebol. Uma notícia relevante que nos empurra para uma dúvida igualmente importante: o Jotinha fará alguma falta?
Sim, fará falta. A equipe do Barigui é comumente lembrada pela falta de torcida, pelo baixíssimo público que frequenta suas partidas – os “funcionários” do grupo empresarial J. Malucelli, como as pessoas gostam de brincar. No entanto, taí apenas parte do que é o clube de futebol.
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Surgido como Malutrom, em 1994, o Jota se notabilizou por mais. Basicamente, como um clube efetivamente empresa. E, desde então, é o que é. Não tem grandes aspirações futebolísticas. A ideia é faturar. Mesmo quando virou Corinthians Paranaense, em 2009, o lance foi completamente comercial.
E no período, o Jotinha deu aula de administração. Ok, a equipe é parte de um dos maiores grupos empresariais do Paraná. Mas sempre andou com as próprias pernas. Diferentemente da maioria (todas?) das equipes do interior do estado.. Camisas de tradição que só sobrevivem (ou sobreviveram) por causa de empresários de ocasião.
De quebra, o clube ainda tornou-se uma espécie de spa, um Retiro dos Artistas para ex-jogadores de Atlético, Coritiba e Paraná. No J. Malucelli, os boleiros encontravam um porto seguro para recuperar a forma e, possivelmente, conseguir uma recolocação no segundo semestre. Também nunca se ouviu notícia de salários atrasados.
Com um provável fim da agremiação, o futebol paranaense ainda perde o Janguito, um estádio simpático, para quem quer curtir o esporte com jeitão de suburbana e ainda esticar no Parque Barigui. Além da assessora de imprensa mais falante e prestativa do Paraná, Ruthe Précoma.
Tudo isso por causa do Caso Getterson, uma barbeiragem com o selo de qualidade do país do 7 a 1. Um registro arriscado, uma regra mal explicada e a incompetência costumeira da Federação Paranaense de Futebol e dos tribunais esportivos. Definitivamente, se o Jotinha acabar, será uma pena.
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