É curioso como o tempo e a rotina vão tornando determinadas situações normais, naturais. No futebol, nos acostumamos tanto a falar em salários astronômicos que R$ 15 mil mensais aparece como um rendimento “simbólico”. O valor é quanto Júlio César vai receber no Flamengo em contrato de três meses.
Sim, para um jogador que já foi considerado o melhor goleiro do mundo, atuou na Inter de Milão, frequentou a seleção brasileira, e estava recebendo em euros no Benfica, a cifra não é mesmo das mais expressivas. Mas, mesmo assim, é preciso encarar a realidade.
Pouquíssimos brasileiros recebem, ou receberão, R$ 15 mil por mês. É um patamar que apenas algumas carreiras profissionais alcançam. Portanto, não dá para tratar como meramente simbólico dinheiro suficiente para ajustar a vida de famílias inteiras no país.
Vale ainda ressaltar que o rendimento é incomum também no meio do futebol. No Brasil, por exemplo, mais de 80% dos atletas recebe menos de R$ 1 mil por mês. Mesmo na Primeira Divisão, bons salários não são regra. E as fortunas, como se sabe, são privilégios de um grupo seleto.
Portanto, nada melhor do que equilibrar as coisas. E notar que a grana de Júlio César no Flamengo, se justa ou injusta para o que o goleiro de 38 anos ainda pode produzir, é tudo menos um salário que possa ser considerado “simbólico”.
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