Albari Rosa/Gazeta do Povo| Foto:
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Há uma percepção por parte de algumas pessoas de que os brasileiros são um povo que só abre a boca para vaiar. Que a Olimpíada do Rio de Janeiro foi um inferno, que nenhum atleta estrangeiro conseguiu abrir a mochila sem tomar um “buuuuuuu” do público local.

Ideia que contaminou o juiz federal Sérgio Moro. Em palestra nesta quinta-feira (18), o magistrado condenou as vaias dos dos brasileiros. Taxou como algo antiético e sem espírito olímpico. Generalizou e, logo, falou besteira.

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Houve, sim, alguns momentos em que os brasileiros forçaram, prefiro esse termo, os limites. Especialmente, na disputa da medalha no salto com vara. Para ajudar o local Thiago Braz, a galera apupou (adoro a expressão) o francês Renaud Lavillenie.

Atitude inapropriada? Acho discutível. Indelicada? Talvez. Agora, condenar a todos, como se Moro fosse também um juiz de torcida, considero despropositado. Não vejo as vaias como antiéticas. Trata-se apenas da tradição brasileira de torcer.

Estilo importado do futebol, de torcidas mais participativas, mais quentes e espontâneas. Ninguém invadiu as áreas de competição para pressionar concorrentes. Ninguém arremessou objetos. Pressionar, nas arquibancadas, é algo absolutamente natural no esporte.

E se a Olimpíada foi realizada aqui, foi da nossa maneira que as coisas aconteceram. Jeitinho brasileiro, no melhor sentido, que segundo a percepção geral de quem participou dos Jogos, mais encantou do que incomodou atletas e visitantes.

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