Escrevi aqui neste blog que o Atletiba do domingo 19 de fevereiro foi histórico. Será para sempre lembrado pelo que ocorreu (ou não ocorreu) na Baixada. Mas foi relevante também por outro motivo, extremamente triste.

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Um torcedor morreu por causa do clássico. O coxa-branca de apenas 16 anos integrava a caminhada da torcida Império Alviverde quando tomou um tiro disparado por um policial militar. Não resistiu e faleceu no Hospital Cajuru. Foi noticiado pela Gazeta.

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As duas situações são importantes e merecem toda atenção. A revolta de Atlético e Coritiba e a morte de um torcedor. É evidente que uma vida não se recupera, mas é preciso separar as coisas e tratar ambas com o valor devido.

As circunstâncias da tragédia ainda são confusas. A assessoria da PM diz que houve um tumulto, momento em que arma do policial disparou acidentalmente. A nota da Império não trata de confusão alguma, afirma que estava tudo certo para a escolta.

O que ocorre normalmente nestes casos? A polícia afirma que “tudo será investigado”. O policial é afastado e o processo ocorre internamente (secretamente). E, quase sempre, o responsável acaba por ser deslocado para cumprir funções administrativas.

Aparentemente foi mesmo um acidente. É leviano afirmar qualquer outra coisa. Como disse, os detalhes ainda não são conhecidos. Mas quem frequenta estádios sabe como agem alguns policiais no contato com as torcidas.

É muito comum ver armas (letais? não letais?) apontadas para torcedores, indiscriminadamente. Também é frequente observar viaturas circulando em alta velocidade, passando próximas ao públicos. Entre outros comportamentos, digamos, arriscados.

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Veja bem. Não estou querendo diminuir a importância do trabalho da PM. Há, evidentemente, um problema sério e complexo de violência relacionado ao futebol e a corporação é fundamental para conter o avanço das confusões (no domingo mesmo, foram várias).

Agora, é fato também que a imensa maioria dos torcedores não tem nada a ver com os conflitos. Mesmo entre as torcidas organizadas. E a PM é o braço do estado, um agente público, não uma máquina de propagar mais violência.