Quando presidente do Coritiba, de 2012 a 2014, Vilson Ribeiro de Andrade foi um dos mais duros críticas da obra da Arena do Atlético para a Copa do Mundo. Chegou a afirmar que o Coxa jamais seria “gigolô do dinheiro público”, um ataque indireto ao rival.
Agora, presidente da Fomento Paraná, instituição do governo do estado que financiou a obra e é credora do Furacão, o ex-cartola assume posição diferente. Perguntado sobre o tema, Andrade prefere o silêncio, por se tratar, na alegação dele, de uma questão “judicializada”.
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“Esse assunto está judicializado e somente o jurídico está autorizado a falar. Na verdade, já foi feito a algum tempo esclarecimentos a respeito. Não há nenhum fato novo”, limitou-se a afirmar o diretor da agência estadual de crédito.
Uma mudança de postura para quem lançou chapa para reeleição no Coritiba, no final de 2014, denominada de “Coritiba, nós construímos”, posteriormente derrotada. Outra referência ao rival que virou parceiro do poder público na empreitada para trazer o Mundial para Curitiba.
O ex-coxa-branca foi alçado ao cargo ainda em junho, indicado pelo governador Beto Richa, mas apenas na segunda-feira (14) o Banco Central homologou a eleição. Diante disso, somente a partir de agora Andrade passa a responder oficialmente pela Fomento Paraná.
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E embora decida não falar sobre o assunto, a questão envolvendo o estádio do Rubro-Negro é das mais urgentes. O processo movido pela Fomento Paraná contra o Atlético está próximo de obter uma decisão do juiz que pode acarretar no leilão da praça esportiva.
A instituição cobra na Justiça o valor do empréstimo de R$ 291 milhões repassado para a CAP S/A, sociedade criada pelo clube para gerenciar a reforma do estádio para a Copa 2014. O caso está nas mãos do juiz Guilherme de Paula Rezende, da 4.ª Vara da Fazendo Pública de Curitiba.
Carreira de Vilson Ribeiro de Andrade, ex-presidente do Coritiba
Próximo de completar 69 anos, Vilson Ribeiro de Andrade é advogado e fez carreira nos bancos Bamerindus e HSBC, na área de seguros. Passou a atuar diretamente no Coritiba a partir de 2010, após o rebaixamento do clube no Brasileiro, na temporada anterior.
Andrade também foi chefe da delegação da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014, nomeado pela CBF. Esteve ao lado da equipe nas partidas e concentração em Teresópolis, na disputa que acabou marcada pelo vexame do 7 a 1.