O Atlético trabalha desde 2012 com o chamado DIF, sigla para Departamento de Informação do Futebol. De lá pra cá, entre erros e acertos, polêmicas e mistérios, nunca o setor esteve tão em evidência. A saída de Eduardo Baptista e a chegada de Fabiano Soares tiveram participação decisiva do órgão.
Foi o DIF quem rastreou em seu radar Fabiano Soares. Técnico com currículo de estudioso (tem cursos na Uefa), o ex-jogador de 51 anos detém histórico pra lá de modesto no cargo. Dirigiu somente equipes pequenas na Espanha (Compostela) e em Portugal (Estoril).
Também teve relação com o DIF a demissão de Eduardo Baptista. Com cerca de um mês no cargo, o treinador não se adaptou ao modelo implantado pelo departamento no CT do Caju que, basicamente, impõe um modelo tático (4-2-3-1) e oferece um grupo determinado de atletas (Baptista pediu o reforços).
William Thomaz, o DIF e Petraglia
Setor que é um projeto de William Thomaz, gestor do órgão desde 2012. Plano que já contou com outras duas peças, Luiz Greco, contratado inicialmente para ser diretor internacional, e Pedro Martins, que migrou do departamento de marketing do clube. Ambos já não estão na Baixada.
Ex-preparador físico e personal trainer de jogadores de futebol, William Thomaz virou o protagonista da bola no Rubro-Negro. Embora pouco conhecido da torcida, quase nada, o funcionário tornou-se uma eminência parda do Furacão, de raríssimas aparições públicas. Foi visto, basicamente, na apresentação do meia Vinícius.
No entanto, Thomaz tem papel absolutamente estratégico na vida do clube, na captação, avaliação e negociação de atletas, entre outras tomadas de decisão. No ano passado, por exemplo, o departamento de futebol do Atlético gastou R$ 106 milhões, uma amostra do poderio financeiro e da importância do gestor.
Relevância que, evidentemente, não se sobrepõe aos desejos de Mario Celso Petraglia. Tudo que envolve o clube, como ocorre desde o “Fica, Petraglia”, tem a palavra final do presidente do Conselho Deliberativo. E só dele. Os demais componentes da diretoria tem papel meramente decorativo.
Entretanto, o cenário mostra como cada vez mais como o cartola é sugestionado pelo setor, espécie de oráculo para Petraglia que, em diversas oportunidades, já disse que não entende muito de futebol. E, por causa disso, tanto aposta na ciência do esporte e busca e em seu “guru” para “quebrar paradigmas”.