Ticking away the moments that make up a dull Day
You fritter and waste the hours in an offhand way
Dentre os vários relógios que conduzem os vivos há dois que os aprisionam à sociedade. O relógio da política e o relógio da economia.
Ambos medem os instantes. Mas, cada um tem um tipo de fração, um funcionamento uma dinâmica.
O da econômica mede o tempo da necessidade. A necessidade da produção para o consumo.
Os instantes são calculados numa medida uniforme do instante, em que cada espaço entre um instante e outro deve ser ocupado pelo trabalho.
Assim, como a fome e os desejos não cessam, para a economia, o tempo não para.
É um tempo frenético povoado por calculadoras e por coisas. É o tempo do exato, do neutro e do preciso.
Como todo relógio, há um aguilhão que pode alterar a velocidade da sua contagem. Às vezes, os pretensos donos do relógio dão corda a mais. Aí, num mesmo espaço de tempo, produz-se e consome-se o mesmo, porém, num instante menor. Ás vezes é o contrário.
Já o relógio da política mede o tempo do embate, da disputa, o tempo da agonia. É a medida do tempo de embate para que um tipo de interesse, preferência ou ideologia prevaleça sobre a outra.
Esse relógio para, sem que a Terra tenha parado. Quando todos olham para o calendário e dizem: sim, hoje é sexta-feira, pois, já passa da meia noite, o relógio da política pode (se for o caso) dizer: não, ainda é quinta-feira e assim será até que se decida que é sexta, ou que nesta semana não há sábado ou domingo, e que já segunda! Ele também pode acelerar para além de qualquer medida, atropelando os outros relógios do tempo (revolução).
Neste relógio misterioso (sem ponteiros, sem marcas de segundos, minutos e horas) os momentos são medidos pelo grau de intensidade dos acontecimentos, sucedendo-se alegrias e tristezas, conquistas e derrotas. Na paralisia, na revolução ou na indiferença este contador de tempo apresenta-se como uma ampulheta na qual não se vê o fundo.
As medidas dos tempos (da economia e da política) se relacionam. Há alinhamentos, distorções, influências, ajustes e reajustes. Mas eles não sincronizam. E é isso que incomoda os que pretendem a linearidade (neutralidade) onde há intensidade (parcialidade de interesses e de ideologias).
Mas, no tempo do embate não há neutralidade.
As idiossincrasias do dia-a-dia, o discurso moralista para o outro (e não para si), os fins que justificam os meios, mas também as pressões, os ideais e as opções públicas são exemplos de como o tempo da política funciona numa medida de tempo diferente das outras.
Como a suspensão do X afetou a discussão sobre candidatos e fake news nas eleições municipais
Por que você não vai ganhar dinheiro fazendo apostas esportivas
Apoiadores do Hezbollah tentam invadir Embaixada dos EUA no Iraque após morte de Nasrallah
Morrer vai ficar mais caro? Setor funerário se mobiliza para alterar reforma tributária