Um amigo comentou comigo sobre como estava tentando resgatar coisas que gostava, por estar vivendo uma fase de transição profissional.
Desde uma dieta mais saudável até o retorno aos exercícios físicos.
Do tempo com a família às aulas de violão, que ele tanto gostava de tocar.
Fiquei pensando em por que fazemos isso, por que ligamos o piloto automático da rotina de correria do trabalho e deixamos de lado as coisas que gostamos? Por que permitimos que o trabalho ocupe quase todo o espaço em nossas vidas? Por que tendemos a tratar os demais lados de nossas vidas como “resto”? Veja que “resto”, neste caso, seria a família, os amigos, o cuidado com nós mesmos, hobbies, entre outras dimensões pessoais. “Resto” é uma palavra forte (até para escrever), mas em muitos casos, verdadeira…
Entendo que o trabalho seja uma prioridade pela questão da realização, do dinheiro, dos deadlines e responsabilidades, mas até que ponto? Por que não tentar equilibrar um pouco mais as coisas? Início de ano é um bom período para pensarmos neste tipo de atitude, antes que 2012 acelere de vez.
Imagine colocar 50% da energia que você deposita no trabalho para aspectos importantes da sua vida pessoal.
Acordar mais cedo para se exercitar ou meditar.
Estudar uma outra língua.
Estudar um instrumento musical.
Caminhar no parque com sua mulher, marido, namorado, namorada, com quem for.
Ler um bom livro (cujo assunto seja completamente diferente do que você vive no seu trabalho).
Qualquer uma destas atividades, ou outras que você crie (desde que sejam encaradas como lazer), permitem mudar a estação, sintonizar em outras coisas, equilibrar um pouco nossa vida profissional e pessoal.
Não precisamos passar por transições ou mudanças abruptas, perdas ou doenças para mudar. O que precisamos é ter consciência, prestar atenção em nós mesmos. E ter disciplina para honrar o lado pessoal, assim como honramos o lado profissional.
Ao longo do tempo (quem sabe já ao longo de 2012), você vai sentir os benefícios. Tanto de auto-preservação e estima, como de socialização, de contato com outras pessoas, de cabeça mais leve. E isso, por mais paradoxal que possa parecer, isso vai gerar mais gás para o seu trabalho, para que você se torne mais produtivo em sua carreira.
Por onde começar? Bem, comece hoje mesmo.
Primeiro, com a reflexão. Depois, colocando no papel o que quer fazer. Por fim, agindo: fazendo a primeira aula, marcando sua atividade com alguém, reservando na sua agenda semanal o tempo para o que você apontou como sua prioridade pessoal. E o mais importante: faça disso um hábito, um compromisso pessoal, tão ou mais importante que as reuniões ou entregáveis do trabalho.
Pense a respeito. Mas não fique só no pensamento e na reflexão. Aja. Descubra o que faz sentido para o seu lado pessoal, o que você quer fazer por você mesmo neste ano. Este é um processo individual, seu e de mais ninguém. Honre esta descoberta. E se aplique, se esforce para manter isto ativo em sua vida. O ano vai passar rápido, a vida passa rápido. Trabalhe, produza, se dedique ao trabalho, faça tudo o que se propôs a fazer em 2012 dentro de seu plano de carreira e ascensão profissional. Mas, da mesma forma e com o mesmo foco e disciplina, mantenha seu lado pessoal em equilíbrio, com atenção e tempo para o que lhe faz bem. A decisão é sua. E a felicidade, também.
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