![As 100 mulheres mais poderosas do mundo da Forbes As 100 mulheres mais poderosas do mundo da Forbes](https://media.gazetadopovo.com.br/vozes/2012/08/forbes-dilma-9b9e5018.jpg)
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Dilma na capa da Forbes que elegeu as 100 mulheres mais poderosas do mundo.
A revista Forbes, que anualmente divulga suas listas dos mais-mais do mundo, publicou ontem a lista das 100 mulheres mais poderosas do planeta. A presidenta Dilma Rousseff está lá, em terceiro lugar, atrás apenas da chanceler (enquanto escrevo, o Word tenta me corrigir usando a expressão ‘do chanceler’) alemã Angela Merkel e da secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton. Embora não seja a número 1, é Dilma quem ilustra a capa da revista.
O fato de hoje haver uma lista como essa, tão esperada, festejada e comentada quanto a lista masculina, é um bom sinal.
Também é uma boa notícia o fato de uma brasileira e sul americana estar entre as 10 mais. Embora algumas políticas de Dilma não agradem as feministas, é importante que uma mulher surgida de uma sociedade profundamente machista como a nossa consiga ter visibilidade pelo seu trabalho. Isso passa uma mensagem positiva aos milhões de brasileiras que estudam e trabalham para se destacar.
O que me chama a atenção, no entanto, é que ainda há poucas negras, sul-americanas e asiáticas na lista. Será que são tão poucas assim? Mesmo que o centro financeiro, político e econômico do mundo ainda sejam os EUA e a Europa, será que a lista não é um tanto injusta? Das 10 mulheres mais poderosas, somente uma é sul-americana (Dilma), uma outra é asiática (a política indiana Sonia Ghandi) e uma é negra (Michelle Obama, que é americana). Ao longo da lista, a desproporcionalidade fica mais evidente.
Do 11.º ao 20.º lugar, há duas negras (a apresentadora de TV Oprah Winfrey e a executiva Ursula Burns, americanas), uma sul americana (a presidente argentina Cristina Kirchner), uma indiana (a executiva Indra Nooyi), uma birmanesa (a ativista política Aung San Suu Kyi) e outra brasileira, a presidente da Petrobrás Maria das Graças Silva Foster.
Do 21.º ao 30.º, há apenas uma mulher fora do eixo Norte-Ocidente, a primeira-ministra tailandesa Yingluck Shinawatra.
Do 31.º ao 40.º, há uma negra (a cantora americana Beyoncé), uma chinesa (a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde Margaret Chan), uma sul-americana (a cantora colombiana Shakira) e uma americana de origem porto-riquenha, a cantora Jennifer Lopez.
Do 41.º lugar ao 50.º figuram a executiva chinesa Zhang Xin e a executiva negra norte-americana Rosalind Brewer.
Do 51.º ao 60.º há uma executiva negra, Helene Gayle, uma chinesa, Cher Wang, e duas indianas, Padmasree Warrior e Chanda Kochhar.
Do 61.º ao 70.º, há uma negra, a diretora-executiva do Programa Mundial para a Alimentação da ONU Ertharin Cousin.
Do 71.º ao 80.º, há a presidente do Malauí, Joyce Banda (negra), a diretora-geral do Banco Mundial Sri Mulyani Indrawati (indonésia), a chinesa Chua Sock Koong, a atriz colombiana Sofia Vergara, a executiva cingapurense Ho Ching, a executiva chinesa Chan Laiwa e a executiva indiana Kiran Mazumdar-Shaw.
Do 81.º ao 90.º, figuram a economista nigeriana Ngozi Okonjo Iweala, a presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf, a modelo brasileira Gisele Bündchen, a economista kuwaitiana Shaika Al-Bahar e a executiva chinesa Solina Chau, além da executiva negra norte-americana Risa Lavizzo-Mourey.
Finalmente, do 91.º ao 100.º estão a executiva chinesa Sun Yafang, a política dos Emirados Árabes Unidos Sheika Lubna Al Qasimi, a executiva turca Guler Sabanci e a líder humanitária do Qatar Sheika Mayassa Al Thani.
No total, são 38 mulheres, entre 100, que não se encaixam no perfil mulher branca e/ou de país europeu. A lista já foi menos diversa, o que mostra que houve evolução. No entanto, acho que é preciso ir além. Há outras mulheres, que não necessariamente estão ligadas a funções de comando na área econômica ou burocrática (sabemos que cargos como diretora de banco ou multinacionais contam muito), que fazem um bom trabalho.
Não significa, obviamente, que mulheres brancas e europeias, lotadas em áreas que envolvem circulação de capital e de bens de consumo, não tenham seu valor. Pelo contrário. No entanto, não seria interessante dar maior destaque a líderes que possuem um trabalho de maior impacto em comunidades pobres ou que passam por dificuldades de cunho político, humanitário e religioso? Não deveria haver mais holofotes para este tipo de protagonismo?
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