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Conversa com a cantora Céu no “Papo Reto”
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Hoje quem conversou com o blog contando detalhes de sua carreira foi a cantora e compositora Céu. Ela que será uma das atrações do palco principal do Festival Coolritiba. Apresentando o show de divulgação do álbum “Tropix”, um dos lançamentos de grande sucesso do mercado musical brasileiro em 2016.

Céu está em seu quarto CD e vem mostrando uma carreira sólida e de grande evolução, tanto no mercado interno como no exterior.

Sendo reconhecida já em seu primeiro disco ,”Céu” de 2005 com três indicações ao Grammy. Com esse CD foi a primeira artista a participar da série “Hear Music Debut” da rede Starbucks, em seu projeto de divulgação de novos artistas, chegando a marca de 200 mil cópias nos Estados Unidos.

“Tropix”

Na sequência Céu ainda lançou o álbum “Vagarosa” em 2009 e “Caravana Sereia Bloom” em 2012, até chegar a seu álbum mais recente, “Tropix”, onde ela insere novos elementos a sua música, tornando até mesmo difícil classifica-la dentro da MPB tradicional. Segundo ela mesmo nos conta o som está mais sintético, noturno e reluzente.

Fui conferir seu show em Barcelona em março de 2016 e posso garantir que o público formado praticamente por espanhóis, saiu impressionado com a performance da artista.

Projeto “Papo Reto” com a cantora Céu:

Blog Música Urbana – Céu, me diz uma coisa, por todo esse processo de mudança pelo qual passou sua música desde o primeiro disco, que era voltado a uma MPB mais tradicional, até o momento atual, com seu mais recente álbum “Tropix” que apresenta um flerte com um som mais sintético e novas batidas? Como você se vê dentro da MPB? Onde você se encaixa?

Céu – Olha, é difícil essa resposta porque eu nunca fico exatamente analisando aonde eu estou. Mas eu acho que, eu me sinto um pouco oscilando assim pro Tropicalismo, sabe? Acho que eles fizeram isso, digeriram as diversas influências, toda a pluralidade cultural, toda informação contemporânea do mundo de uma maneira brasileira. E eu me sinto um pouco assim, sabe? Fazendo isso. Agora, onde eu estou, na MPB, se é MPB, se não é MPB, esse tipo de pergunta me fazem muito e é muito difícil responder, sabe?

Blog Música Urbana – Mas como você conseguiria definir a sua música no cenário atual?

Céu – Eu acho que é música brasileira contemporânea. Acho que eu não consigo, ainda mais assim no sentido do que é MPB, isso eu acho difícil, porque mudou, né? No entanto, a sigla é bastante vasta, ampla, “Música Popular Brasileira”.Então eu acho mais difícil entender o que é MPB do que meu próprio som. Eu diria que o meu som é um som contemporâneo, brasileiro, música brasileira contemporânea.

Blog Música Urbana – Assisti seu show em Barcelona, ainda no início da turnê de Tropix e confesso que fiquei bastante impressionado, .

Céu – Ah! Legal! Você estava naquele show.im, sim.

Céu em Barcelona no Jamboree Cafe

 Blog Música Urbana – É um show cheio de nuances, né? Eu achei muito bacana mesmo, tá? Por isso essa minha pergunta, eu queria escutar de você, como você chegou a isso. Como foi o processo de desenvolvimento até chegar em Tropix

Céu – Foi um processo intenso. Eu acho que eu venho de uma geração onde a música já estava em mudança, em transição, a história da internet, dos modos antigos, as gravadoras. Eu cheguei bem nesse momento então foi bastante intenso desde o primeiro disco até a chegada do Tropix.

Eu tive que aprender muita coisa, em que o artista sai um pouco da posição só de criador, de artista e passou a ser bastante gestor e dono da própria carreira e tem que aprender muitas coisas. Então, foi um longo caminho e também para mim mesma, de amadurecer no sentido de composição, de palco. Eu acho que tudo isso é estrada adquirida, me fez aprender muita coisa, me deu uma maturidade.

Eu tenho bastante orgulho de todos os discos, eu acho que eles têm bastante coerência com os períodos todos que eu estava vivendo e tal. E o Tropix resume bem o meu jeito de ser como compositora, sabe? Eu acho que ele tem, de fato, uma maturidade.  Ele me traduz de uma maneira bastante clara, eu acho. É, foi um processo longo, né?

Blog Música Urbana – Legal, muito bom. E você ficou totalmente satisfeita com o Tropix? Você chegou exatamente onde você queria?

Sim, exatamente onde eu queria.

Blog Música Urbana – Outro show também que eu estava, e que teve participação sua, foi do Duran Duran no Loolapalooza. Como foi o convite pra você se apresentarem juntos?

Céu – Ah, isso foi muito incrível. O Tropix é um disco que traz bastante referência dos anos 80 no sentido de bit, enfim, das texturas, sintetizadores  e tal. E receber um convite de uma banda desse porte, que eu sempre adorei. Mais legal ainda poder conviver dois shows com eles e entender ali como funciona, como eles são na vida, nos bastidores, isso tudo foi demais pra ver como é possível permanecer de uma maneira legal, pé no chão, a favor da música, super profissional, mesmo tendo aquela dimensão toda que eles chegaram a ter, especialmente na mídia nos anos 80, 90. Então foi muito legal, muito especial, um presentaço.

Céu e Duran Duran

 

Blog Música Urbana – Falando agora de outra turnê que você está participando. Como está fazer parte da turnê Nívea Viva, em homenagem a Jorge Bem Jor, dividindo o palco com o próprio Jorge, além do Skank?

Céu – Está muito legal. Realmente tem sido um ano lindo porque podendo ter essa chance de poder cantar com pessoas maravilhosas e fazer com o Jorge realmente foi, assim, a cereja no bolo. Eu sou louca pela obra dele e ele também uma pessoa incrível, se mostrou uma pessoa maravilhosa, muito comprometida.

Então é bonito de ver no palco, é bonito de conviver, é bonito de ter a experiência de aprender a cantar aquelas músicas porque elas têm uma simplicidade, mas também têm uma profundidade grande, assim, a batida rítmica dele é muito complexa.Tá sendo demais. O Skank também muito, muito gente boa, muito profissionais. Estão me fazendo sentir muito à vontade, muito legal.

Blog Música Urbana – Uma pena que essa turnê não passa por Curitiba!

Céu – Verdade, verdade! Eu acho que tem muitas cidades que a gente não vai passar que eu fiquei muito triste.

Blog Música Urbana – Céu, tem uma história que ouvi, que eu gostaria que você confirmasse. É verdade que a personagem da  música de Jorge Ben Jor “Carol, Carolina Bela”, foi uma homenagem a sua mãe?

Céu – É, é verdade.

Blog Música Urbana -Poxa, achei fantástica essa história. Explica um pouquinho como foi isso. 

É, eu já sabia de histórias, já convivia assim dentro da família, mas minha a mãe nunca foi de dar muitos detalhes. Mas eu sabia sim, que havia essa história ela tinha namorado o Toquinho nos anos 70, e o Jorge porque era um parceiro constante do Toquinho. E o Jorge adorava ela também, eram todos muito amigos. Certo momento resolveram fazer uma música e ela era a musa deles. E é essa linda canção, pra mim é uma coisa muito cordial ver o Jorge cantar e ele acabou colocando no repertório do Viva Nívea por causa da minha presença lá, mas ele fala da minha mãe, ele fala que é por ela, uma graça assim, fica um momento assim muito especial no show.

Ele geralmente ele me chama ao palco com essa música. Especial!

Blog Música Urbana -E você como compositora? Você sempre escreveu? Como é o seu processo de composição?

Céu – Então, a composição surgiu de uma maneira instintiva, não existia essa figura de compositora no meu racional. Quando eu vi  estava escrevendo, fazendo melodias, e juntando as duas coisas e com vontade de cantar aquelas coisas, sabe? Foi uma muito, muito instintiva, muito intuitiva.

E eu estava lá com dezenove anos, claro que daí pra fazer a coisa se realizar, né, se configurar de fato, demorou, eu estudei muito, eu fiquei muito tempo vendo se era isso mesmo que eu queria, até que eu vi que era aquilo que eu queria. E no primeiro disco já nasceu muitas composições minhas, quase todas.

Blog Música Urbana – Você tem uma presença no mercado internacional muito forte. Isso foi planejado, ou aconteceu também meio que naturalmente através de parcerias, por exemplo a que você fez com a plataforma de divulgação de novos artistas da rede americana Starbucks. Ou seja como que você surgiu no mercado interacional?

Céu – Então, foi toda uma conjunção de situações que foram acontecendo. Nada foi exatamente planejado, porém foi também! Quando eu estava com o disco eu tinha os contratos com as gravadoras e todas estavam passando por sérios problemas e com muito pouco dinheiro para investimento. Tudo muito engessado, então paralelamente à isso eu tinha também a possibilidade de entrar num mundo mais independente que era um mundo que estava se abrindo, sabe? E nisso comecei fazendo um trabalho de formiguinha que foi dando frutos. Comecei a tocar em lugares fora do Brasil especialmente pra pessoas de fora do Brasil mesmo e não brasileiros fora do Brasil.

Blog Música Urbana – Você sabe que isso foi uma coisa que eu percebi durante seu show em Barcelona. O público era basicamente formado por espanhóis. Parecia ter poucos brasileiros.

Céu – Exatamente. Foi assim desde 2005. E aí com essa história da Starbucks.  Principalmente na América. Então realmente hoje é muito legal porque dá pra eu ir pra fora fazer um show pra locais. Claro que, né, tem indústria, tem que sempre lançar coisas novas, gerar conteúdo sempre, mas existe sim um público local, fiel, local muito, muito bacana.

É, foi um trabalho super árduo. Assim, foi na base de muito esforço e sem certeza do resultado.

Blog Música Urbana – Eu acredito, porque poucos artistas podem falar que têm esse público fora do Brasil.

Céu –Sim, sim. É muito legal mesmo.

Blog Música Urbana – Outra coisa, falando de outras formas de arte. Você tem uma presença muito forte no palco, você já pensou em atuar?

Céu – Olha, engraçado, sabe que eu já fui convidada para muitas coisas, assim de filme, até mais no início da minha carreira eu fui chamada pra fazer uma protagonista mesmo de um filme importante e tal mas eu não achava que eu tinha esse perfil, sabe de atriz, de encarar mesmo. Eu até cheguei a fazer uma peça de teatro quando eu era assim menina, adolescente, uma peça do Nelson Rodrigues, mas eu não sei, não me mordeu o bicho do teatro.

Blog Música Urbana – Pelo menos, por enquanto.

Céu – É, eu assim, nenhum dos convites eu não topei porque eu achei que eu não tinha nem a capacidade de fazer a coisa acontecer de fato. Hoje em dia diminuiram um pouco os convites, não sei se agora! Mas pode ser, tudo muda, ainda pode ser.

Blog Música Urbana – Após esse sucesso todo alcançado pelo álbum Tropix, e com todas as coisas boas que aconteceram através dele, você já esta pensando nos próximos passos? Já tem ideias para um próximo disco?

Céu – Não, ainda não tenho nada. Assim, o Tropix tem um ano, foi muito intenso, esse um ano de vida dele. E também me dedicando muito a projetos paralelos como a história do Nívea. Deu uma parada porque, claro, tem que se dedicar muito no caso de um novo disco. Mas ainda é cedo pra mim, um ano é pouco sabe? Então eu tô muito ainda nele.

Blog Música Urbana – Céu, para finalizar o que você tem em mente pra esse show do Festival Coolritiba?

Céu – Ah, vai ser basicamente o show Tropix, eu acho que eu tenho que mostrar esse show ainda, ele tá muito divertido, nós todos da banda também estamos nos divertindo muito então cada vez mais redondinhos, mais gostoso. Vou ficar muito feliz em tocar em festival porque sempre tem uma boa energia, então tô empolgadíssima.

Blog Música Urbana – Legal! Parabéns pelo sucesso do álbum e bom show em Curitiba!

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