David, hoje o assunto do post seria você de qualquer maneira. Ia te cumprimentar pelo seu aniversário de três dias atrás e comentar sobre o lançamento do seu novo disco, “Blackstar”, mas pela manhã, ao acordar, ainda sonolento, peguei o celular para ver as horas e, na esperança de ter algum tempo ainda para dormir, vi uma mensagem na tela inicial do meu celular: “RIP: David Bowie has died at age 69”.
Por alguns segundos, imaginei que poderia ser alguma estratégia de marketing equivocada, feita por algum estagiário desavisado – afinal essa história de você ter morrido , eu já tinha escutado algumas vezes. Rapidamente, percebi que não era erro. Você nunca se cansou de nos apresentar surpresas, mas essa você não deveria!
Para mim, você foi artista que mais representava o clima efervescente de Londres nos anos 70 – apesar de eu ser muito criança nesta época, cresci com essa imagem. Meu primeiro contato com sua música foi quando no fim da década de 80 comprei uma caixa com três CDs com suas principais músicas e um DVD que tinha apenas uma única música, “Ashes to Ashes” – tive que economizar para comprar, pois era importado e caro, mas valeu muito a pena .
Finalmente, eu estava sendo apresentado à sua música. David, você marcou uma geração não apenas como um fantástico cantor, mas um compositor singular, de criatividade extremada e uma carreira de ator em filmes incríveis – Fome de Viver, O Homem que Caiu na Terra, entre muitos outros. Ou seja, um artista completo com idéias muito a frente de seu tempo.
Há algum tempo eu já vinha falando a pessoas próximas – meio em tom de bravata, mas com planos reais – que se você fosse fazer um show eu iria, onde quer que fosse. Infelizmente, não deu tempo de eu assistir a mais uma apresentação sua … Assisti ao seus dois shows no Brasil: o primeiro em 1990, no Olympia (SP), com um repertório fantástico, talvez o melhor que você poderia apresentar. Acho que você não deve ter me visto na platéia , mas eu estava lá e não consegui tirar os olhos do palco.
Apesar do sono que estava, após ter ido de ônibus de Curitiba a São Paulo na noite anterior e um dia intenso, o entusiasmo de te ver pela primeira vez era maior que tudo que pudesse desviar minha atenção. Ao lado da minha mesa estava uma fã especial – Rita Lee e seu marido – e na platéia muitas outras celebridades ávidas pelo show inesquecível.
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A segunda oportunidade que tive de assistir a um show seu foi na Pedreira Paulo Leminski (Curitiba) em 1997, no festival Close Up Planet. Este eu não consegui assistir como eu queria pois também estava trabalhando, mas sempre que dava, corria até próximo do palco para acompanhar de perto algumas canções. Infelizmente o público neste não correspondeu à importância do evento e compareceu em número bem inferior ao esperado e que você merecia.
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Em Março do ano passado estive em Nova York e passei em frente a sua casa, vai que você estivesse voltando da banca após ter comprado o jornal, afinal você já era um “New Yorker”e seria muito bacana te ver passar. Infelizmente não nos encontramos .
De todos os artistas que perdi , você, o Camaleão do Rock, é o que mais vou sentir falta . Mas dizem que a pessoa só morre realmente quando pronunciam seu nome pela última vez e isso nunca vai acontecer com “vocês” – David , Ziggy Stardust , Major Tom entre outros . Sua obra será eterna.
Além de nos embalar com sua música , nos fez acreditar que podemos ser heróis , nem que seja por um dia!
Obrigado David Bowie !
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