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Elaborar cardápios é muito mais amplo do que apenas cozinhar bem. Sair da homogeneidade que paira sobre grande parte dos restaurantes é uma tarefa dificílima para nós, cozinheiros.

A criação nasce através da pesquisa, experiência no labuto diário, intercâmbio de informações e da humildade de escutar. E isso leva anos. Estou ingressando no meu oitavo ano como cozinheiro, pela primeira vez feliz com meu cardápio, porém inquieto para melhorá-lo!

Lançamos recentemente duas alas no cardápio do C La Vie. A primeira chama-se: Tradição.  Tem a seguinte descrição:

Pratos que contemplam os hábitos e costumes do público curitibano. São receitas tradicionais executadas com carinho e respeito por nossa equipe, tendo sempre o compromisso de escolher insumos de excelente qualidade.

A segunda leva o tema de: Criatividade e inovação.

E é descrita assim:

Neste espaço misturamos técnicas tradicionais francesas e italianas com ingredientes brasileiros. Pratos sem regras pré-estabelecidas de construção. Acreditamos que a tradição anda junto com a criatividade e a inovação.

Fico feliz com este formato, pois saímos da homogeneidade que mencionei acima, e acredito que todos ganham: Fornecedores, cozinheiros, proprietários e comensais.

A inquietude de melhorar vem desta ideia:

“Camarão na moranga”

 

O projeto consiste em fazer uma releitura da tradicional receita brasileira, porém não é simples. Na verdade, se fosse há uns dois anos acharia que já estivesse ótimo, mas hoje acho que tem muito a melhorar, rsrs… Alguém tem uma dica para evoluir o “projeto”?

Componentes:

Pure de abobora cabotia com catupiry

Dadinho de abóbora com catupiry

Camarão rosa

Molho de abóbora

Abobrinha italiana

Semente de abóbora seca

Pimenta dedo de moça

Temos a obrigação de buscarmos o perfeccionismo sempre. Não devemos nos abalar (sobre terceiros) ou entusiasmarmos (sobre nós) quando um trabalho, nitidamente mediano ou ruim,recebe uma classificação boa ou até mesmo ótima. No fundo nós sempre sabemos que podemos melhorar. Certas vezes nos iludimos por conta de críticas infundadas. “Nossa, estava uma delicia”. E você sabia que poderia ter sido muito melhor. Não podemos cair nessa zona de conforto. Critérios e objetivos bem traçados não nos deixam cair nestas armadilhas. A meu ver, devemos nos preocupar permanentemente em construir uma gastronomia sustentável para toda a rede, do agricultor, passando pelo cozinheiro, investidor e chegando ao comensal! Todos devem ter contrapartidas financeiras, sociais e pessoais satisfatórias e justas.

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